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"Não há maioria no Congresso"

Ex-presidente do PT diz que partido sofre “crise de renovação”

Ricardo Berzoini foi ex-presidente do PT e ocupou o cargo de ministro das Comunicações no governo Dilma. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Ricardo Berzoini, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores e ex-ministro das Comunicações no governo Dilma, afirmou que o PT precisa "ter um ímpeto renovador" para melhorar seus resultados nas urnas. Em entrevista ao Jornal O Globo, publicada neste domingo (2), Berzoini falou das dificuldades de Lula com o Congresso e destacou que pautas de costumes não devem ser priorizadas pelo presidente.

Para Berzoini, a renovação precisa acontencer "tanto no âmbito da militância quanto do ponto de vista de representação no Parlamento e na disputa por prefeituras". Ele também informou que a expectativa do PT em relação às relações municipais deste ano não é alta. Segundo ele, o partido espera um cenário de crescimento, mas moderado. "O resultado de 2020 foi muito ruim para o PT. Não ganhou nenhuma capital, e em São Paulo tem só quatro prefeituras", relembrou.

Berzoini acredita que Lula precisa priorizar temas no Congresso

Em relação às dificuldades de Lula com o Congresso, Berzoini considera que é necessário ter uma estratégia para priorizar assuntos. "Temas de comportamento e identitários serão cada vez mais difíceis de votar", reiterou.

"Meus companheiros que são do PT, PCdoB ou do PSOL, e que acham que o governo tem a capacidade de colocar uma pauta de esquerda, têm que se convencer que, para isso, a próxima eleição precisa eleger um Parlamento de esquerda", acrescentou o ex-presidente.

"Em alguns temas do campo de costumes, é preciso reconhecer que não há uma maioria no Congresso. Você não abre mão da opinião, mas sabe que precisa escolher algumas pautas", concluiu.

"Problemas entre Lira e Padilha podem ser superados", afirmou o petista

O petista também se manifestou sobre a relação entre Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais. Os dois já trocaram farpas publicamente em abril deste ano. Entre as declarações, Lira chegou a afirmar que Padilha era um "desafeto pessoal" e "incompetente".

"É uma circunstância que pode ser superada. O presidente da Câmara (Arthur Lira) tenta repetir que o que está andando mal é por responsabilidade da articulação política. Ele não está certo. Está tentando criar uma imagem que facilita o diálogo dele direto com o Lula ou com o Rui Costa (Casa Civil)", avaliou.

Ao ser questionado sobre qual seria o melhor nome para substituir Lula, Berzoini respondeu que "é aquele que tiver capacidade entusiasmar o partido e os aliados".

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