Braga estava internado para o tratamento de uma pneumonia, mas com quadro médico agravado.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O ex-senador carioca Roberto Saturnino Braga morreu nesta quinta (3), aos 93 anos, devido a um quadro de pneumonia. Ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Pró-Cardíaco, na zona Sul do Rio, onde recebia cuidados paliativos.

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De acordo com a a filha, Maria Adelia, Braga foi internado na última sexta-feira (27) para o tratamento da doença respiratória. O hospital havia informado na quarta (2) que o estado de saúde do ex-senador era grave, sem perspectivas de melhora. No entanto, os detalhes do quadro clínico que levou à internação não foram revelados.

Braga teve uma longa passagem pela política brasileira, filiado a partidos de diferentes ideologias, como o PSB no começo e no final da carreira, MDB, PDT e PT.

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Ele participou da esquerda petista entre os anos de 2002 e 2019, e foi lembrado pela presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, como um “militante do socialismo, das lutas populares e da democracia ao longo da vida”.

“Filiou-se ao PT no ano 2002, participando ativamente da primeira eleição do presidente Lula, e permaneceu no partido até 2019, quando retornou ao PSB. Nos solidarizamos aos familiares, amigos e companheiros de luta de Saturnino Braga”, completou.

No começo da tarde, Lula afirmou que Braga foi um "grande político e companheiro" e um "grande defensor da democracia e participante da vida pública do Brasil e do Rio de Janeiro [...] sempre militando pelas causas populares".

"Meus sentimentos aos seus três filhos, Adelia, Bruno e Antonio Frederico, amigos, companheiros e admiradores de sua grande e honrada trajetória política", completou o presidente em nota.

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Já o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD-RJ), lamentou a perda e afirmou que Braga “foi um dos mais dedicados e corretos homens públicos que a cidade do Rio de Janeiro já conheceu”. “Sua história em defesa da democracia, da liberdade e do povo mais pobre será sempre lembrada. É uma grande perda para o Rio de Janeiro e para o Brasil”, disse.

Nascido no Rio de Janeiro em 13 de setembro de 1931, Saturnino Braga formou-se em engenharia pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1954. Vindo de uma família com tradição política – o pai Francisco Saturnino Braga foi deputado federal por três mandatos –, ingressou na política em 1963, como deputado federal pelo Rio de Janeiro, por meio de uma coligação entre PSB, MTR e PST.

Com a instauração da ditadura militar e o bipartidarismo, Saturnino se filiou ao MDB, sendo eleito senador pelo Rio em 1975, cargo que ocupou até 1985.

Saturnino fez história ao ser o primeiro prefeito do Rio de Janeiro eleito de forma direta após a redemocratização do Brasil, em 1985. Eleito pelo PDT, governou a cidade de 1986 a 1989.

Posteriormente, foi eleito vereador em 1993 e, em 1998, retornou ao Senado pelo PSB, em aliança com o PDT. Em 2000, foi pressionado a cumprir um acordo de renúncia para que Carlos Lupi assumisse seu lugar, mas decidiu permanecer no cargo até o fim do mandato, encerrando sua carreira política em 2006. Além de sua atuação política, Saturnino Braga foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói.

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Simultaneamente à vida pública, Saturnino também se dedicou à literatura, tendo publicado diversas obras. Entre seus livros, destaca-se “Contos do Rio”, vencedor do Prêmio Malba Tahan, da Academia Carioca de Letras, em 2000.

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