O comandante-geral do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, disse na manhã desta sexta (25) que eventuais desvios de conduta de militares serão “repudiados e corrigidos”, em referência às investigações da participação de membros da Força nos atos de 8 de janeiro em Brasília.
A declaração foi dada durante a cerimônia de comemoração do Dia do Soldado, no Quartel-General do Exército na capital federal. A fala ocorre em um momento em que militares têm sido convocados a depor na CPMI dos atos de 8 de janeiro no Congresso Nacional e dois dias depois de Paiva ter comunicado ao presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), que vai colaborar com a investigação da comissão e não se opor às convocações pedidas.
“Esse comportamento coletivo não se coaduna com eventuais desvios de conduta, que são repudiados e corrigidos, a exemplo do que sempre fez Caxias [patrono do Exército], o forjador do caráter militar brasileiro”, disse o general durante a celebração.
A cerimônia teve a participação também do vice-presidente Geraldo Alckmin, que ocupa interinamente a presidência durante a viagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à África; dos ministros José Múcio Monteiro, da Defesa, e de Juscelino Filho, das Comunicações; do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outros. Eles não discursaram na celebração.
Também estiveram presentes o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS); o procurador-geral da República, Augusto Aras; e o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Capelli.
Ainda durante o discurso, Paiva destacou o respeito à Constituição como o alicerce da conquista de respeito pelas Forças Armadas. “Sejamos como ele [Caxias], forjados nas adversidades, intransigentes na defesa da legalidade, pacificadores e férreos defensores da nossa Pátria e da nossa democracia”, completou.
Além do discurso de Paiva, algumas autoridades foram homenageadas com condecorações pelo Exército, como o vice-presidente, o ministro Juscelino Filho e a chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes (STF), Cristina Yukiko Kusahara.
Entre os militares que são citados nas investigações dos atos de 8 de janeiro, está o general Marco Edson Gonçalves Dias, que foi o primeiro ministro do governo Lula a deixar o governo por ter sido flagrado circulando entre os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto sem repreendê-los. Além dele, outros militares que faziam parte do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também deixaram o governo e tem as condutas apuradas pelo Exército.
Outro militar investigado pela CPMI é o sargento Luis Marcos dos Reis, que fazia parte da equipe de ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi flagrado em uma das invasões do 8 de janeiro. Ele prestou depoimento nesta quinta (24) à comissão e negou participação.
Os parlamentares que participam da CPMI aprovaram também requerimentos para ouvir o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior e o segundo-tenente Osmar Crivelatti, além de pedir que o Exército forneça os processos, sindicâncias e inquéritos instaurados para investigar a participação de militares na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Além dos atos de 8 de janeiro, a Força também se vê no meio das investigações do caso das joias e presentes que supostamente teriam sido desviados para venda nos Estados Unidos, envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do pai dele, o general Lourena Cid, que seria um dos articuladores do esquema.
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