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Militares do Exército fazem patrulha no Rio de Janeiro, em imagem de arquivo.
Militares do Exército fazem patrulha no Rio de Janeiro, em imagem de arquivo. (Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo)| Foto: GAZETA

Militares do Exército mataram um homem e feriram outro na tarde de domingo (7) depois de atirar em um carro nas imediações do Piscinão de Deodoro, em Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro. O carro atingido teria sido confundido com o de bandidos que estavam agindo na região.

Os militares dispararam 80 vezes contra o veículo, matando o músico Evaldo Rosa dos Santos, de 51 anos. O sogro de Evaldo também foi ferido, mas se recupera bem. Outras três pessoas que estavam no carro, entre elas a mulher do músico, não se feriram.

Na manhã desta segunda (8), o Comando Militar do Leste (CML) informou que determinou a prisão de dez dos 12 militares ouvidos após a ação.

O delegado Leonardo Salgado da Delegacia de Homicídios, que está investigando o caso, afirmou em entrevista à TV Globo que "tudo indica" que os militares confundiram o carro da família com o de assaltantes.

"Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com o carro de bandidos. Mas neste veículo estava uma família", contou Salgado. "Não foi encontrada nenhuma arma (no carro). Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares."

Exército corrigiu versão após afirmar que militares reagiram a 'injusta agressão'

Em nota divulgada ainda no domingo, o CML informou que os militares teriam se deparado com um assalto em andamento e que os criminosos, que estariam dentro do carro, teriam aberto fogo. Assim, os agentes teriam respondido à "injusta agressão" dos criminosos, de acordo com a nota.

Os militares explicaram que a região é muito próxima da Vila Militar e, por isso, dentro do perímetro de atuação do Exército. Mas o uso da força só pode ocorrer "de acordo com as normas do engajamento".

Mais tarde, no entanto, o CML enviou outra nota em que informava ter identificado "inconsistências" entre os fatos reportados pelos militares, e que já estava em andamento "uma apuração preliminar da dinâmica dos fatos ocorridos" e que já tinham começado a ser coletados "os depoimentos de todos os militares envolvidos e de todas as testemunhas civis na Delegacia de Polícia Judiciária Militar". O comunicado informou também que toda a investigação estaria sendo supervisionada pelo Ministério Público Militar.

Ainda em entrevista à TV Globo, o delegado reclamou do fato de os militares não terem prestado depoimento à Polícia Civil. "Não vejo legítima defesa", disse o delegado sobre o fuzilamento do carro.

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