O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o atentado a bomba ocorrido nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) faz parte de um "extremismo pervertido de extrema direita".
"A gente lamenta. Primeiro, como médico vou lamentar pela perda de uma vida e lamento ainda mais o fato da cultura do ódio, esse extremismo pervertido de extrema direita tem levado às pessoas em situação como essa", declarou o ministro à CNN Brasil.
Padilha informou que estava em uma coletiva de imprensa com parlamentares, no momento da explosão, na Praça dos Três Poderes. Ele tinha acabado de participar de uma reunião com a autora da PEC contra a jornada 6x1, deputada Erika Hilton (PSOL-RJ).
Em relação a falta do posicionamento do presidente Lula sobre o ocorrido, Padilha informou que o presidente está em uma agenda intensa com autoridades internacionais do G20, mas orientou toda a segurança por parte do governo federal.
"Desde ontem quando ele soube do fato determinou toda ação da PF e de agentes de segurança para garantir a segurança dos ministros do STF e da Praça dos Três Poderes. Hoje, pela manhã ele reforçou preocupação com isso", disse Padilha. Por outro lado, ele evitou falar se Lula irá se posicionar ou não, apenas declarou que "no momento apropriado, ele poderá se posicionar ou dar alguma declaração para a imprensa".
Ambiente difícil para discutir anistia do 8/1
Na avaliação de Padilha, a explosão remete aos atos do 8 de janeiro, o que deve impossibilitar ainda mais a concessão de anistia aos condenados. Ele ainda disse que o ocorrido reforça a falta de ambiente no Congresso para uma votação sobre o tema.
"Já tinha um ambiente muito difícil e fica mais difícil ainda depois do fato de ontem qualquer pessoa que venha defender quem estimula o ódio, a cultura do ódio ou quem tenta passar pano para atos golpistas, crimes, vandalismo em instituições. Então, eu acho que quem ainda defende isso tem a situação mais difícil de fazer essa defesa, porque cada vez mais fica nítido a importância de ter apuração e punição veemente a crimes como esse", ressaltou Padilha.
O ministro ainda reforçou a necessidade de respeitar todo o processo legal, com direito à defesa, mas identificando responsabilidade. "Tem que ser veemente punido quem comete crimes como esse, porque senão vira uma avalanche, as pessoas começam a sentir a vontade de cometer esse tipo de crime", completou.
Por fim, Padilha acrescentou que todo o caso será apurado da "melhor maneira possível". "Não queremos ver pessoas morrendo e as nossas instituições sofrendo com isso, o ato de ontem significou uma perda de vida, um alerta geral, uma pausa no Congresso Nacional e o quanto precisamos consolidar a democracia, não queremos mais isso. Tem que ser algo civilizado, respeitando a democracia e defendendo sempre a vida", concluiu.
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