• Carregando...
Como funciona a fábrica de água a partir do ar que Bolsonaro quer trazer para o Brasil
Ministro Marcos Pontes (à direita) e o presidente da Watergen, Michael Mirilashvili, com a máquina que produz água a partir do ar.| Foto: Reprodução/Instagram

O presidente Jair Bolsonaro anunciou no Twitter que uma fábrica israelense que extrai água do ar será construída no Brasil. O presidente afirmou que será "mais uma via de enfrentamento da falta de água no Nordeste, além da dessalinização, poços artesianos e São Francisco".

“Os equipamentos [produzidos pela empresa israelense] conseguem produzir água mesmo nas condições de baixa umidade da região”, disse Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), também no Twitter.

O governo ainda não divulgou mais informações sobre o assunto. Não ficou claro, por exemplo, se a empresa israelense que produz aparelhos que extraem água do ar vai construir uma fábrica no Brasil, ou se o governo brasileiro apenas pretende importar essa máquinas para instalá-las em regiões secas. A Gazeta do Povo entrou em contato com o MCTIC, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.

Como as máquinas transformam ar em água 

A empresa israelense Watergen é quem produz os equipamentos que transformam ar em água por meio do processo de condensação. A condensação é passagem da água do estado gasoso para o estado líquido. Para que funcionem, a umidade relativa do ar tem de ser pelo menos de 15% – considerada muito baixa.

A máquina é ligada a uma fonte de energia e têm películas de plástico que afunilam o ar vindo de várias direções. O gerador coleta o ar atmosférico, que mais tarde se transformará em água líquida por variações de temperatura.

Além disso, processos de mineralização, filtros de carbono e tratamentos com elementos como ozônio e cloro purificam o líquido, que sai pronto para beber.

A Watergen produz cinco modelos de máquinas:

  • GENNY: modelo de uso doméstico, lembra um filtro de água. É capaz de produzir 30 litros de água por dia, sem a necessidade encanamentos ou infraestrutura. Só precisa estar ligada na tomada. 
  • GEN-M: o modelo pode ser usado em prédios residenciais, centros comerciais e escolas. Produz 800 litros de água por dia. 
  • GEN-L: produz 5 mil litros de água por dia. Pode ser usado em fábricas e vilas.
  • GEN-M ERV: é um veículo com um GEN-M acoplado e um gerador movido a diesel. Pode ser usado em situações de emergência e resgate.
  • GEN-M Mobile Trailer: é um trailer que pode ser acoplado a outro veículo, carrega um GEN-M e um gerador a diesel. Segundo a empresa, é ideal em casos de desastres naturais. 
Modelo GEN-M (800 litros): Watergen doou equipamentos desse tipo ao Brasil. Foto: Watergen/divulgação.
Modelo GEN-M (800 litros): Watergen doou equipamentos desse tipo ao Brasil. Foto: Watergen/divulgação.

Bolsonaro e Marcos Pontes já conhecem o equipamento

Bolsonaro toma água de aparelho da Watergen na embaixada de Israel no Brasil. Foto: Watergen/divulgação
Bolsonaro toma água de aparelho da Watergen na embaixada de Israel no Brasil. Foto: Watergen/divulgação

Em janeiro de 2019, o ministro Marcos Pontes viajou a Israel para conhecer e avaliar opções de dessalinização e soluções para o abastecimento de água em regiões com escassez hídrica – como o semiárido do Nordeste.

Em novembro de 2019, técnicos e dirigentes da Agência Nacional de Águas (ANA) estiveram em Israel para discutir memorando de entendimento sobre gestão de recursos hídricos, águas residuárias, gerenciamento de esgotos, além de reuso e dessalinização de água.

Além de Marcos Pontes, o próprio presidente Jair Bolsonaro já conheceu a tecnologia da Watergen. E até mesmo bebeu água extraída do ar em uma visita à embaixada de Israel em Brasília.

Empresa já doou 11 máquinas para o Brasil 

A empresa Watergen doou 10 máquinas GEN-M (800 litros) e uma GENNY (30 litros) para o Brasil. A ideia é “testar as máquinas em escolas, hospitais e comunidades no semiárido após análise dos locais mais críticos que precisam de água potável para o maior número de pessoas”, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]