O presidente da Febraban, Isaac Sidney, ao lado de Haddad e Padilha após a reunião com Lula.| Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI.
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O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou nesta quarta-feira (16) que o presidente Lula (PT) tem “firme compromisso” com o equilíbrio fiscal, mas deve ajudar a dissipar “ruídos e incertezas”.

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Sidney se reuniu com o mandatário e com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) no Palácio do Planalto.

“Percebemos por parte do presidente, do ministro Haddad e do ministro Padilha, um firme compromisso do governo em avançar na busca efetiva do equilíbrio fiscal. Para que as despesas possam não só caber dentro do Orçamento, mas que possam se equilibrar”, disse o presidente da Febraban após o encontro.

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Ele ressaltou que os presidentes de bancos fizeram um apelo para que o governo evite “ruídos” que possam impactar na economia. Além disso, defendeu a criação de um grupo no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, para debater as causas dos juros bancários elevados.

“O Brasil atravessa um momento de conjuntura econômica bastante positivo, favorável, com atividade econômica crescendo num patamar elevado, inflação sob controle, que ainda vem a ensejar cuidados por parte do Banco Central, mas acreditamos que esse é o momento de aproveitar a janela para que a gente possa, do ponto de vista estrutural, atacar alguns problemas importantes”, afirmou.

Lula autoriza criação de grupo conjunto para avaliar alta dos juros no país

O presidente da Febraban ressaltou que o diálogo com Lula foi franco e aberto e sustentou que a manutenção de juros altos não interessa aos bancos. “Quanto mais altos forem os juros bancários, maior o risco de crédito e a inadimplência. O que queremos é um ambiente de crédito sadio, que possa permitir condições favoráveis para famílias e empresas”, disse Sidney.

Ele afirmou que o setor bancário espera, “assim que possível”, um novo ciclo de queda da taxa básica de juros pelo Banco Central. “O Banco Central tem as razões técnicas pelas quais voltou a subir a taxa Selic. Portanto, o nosso desejo enquanto setor bancário é que a gente possa ter juros da economia mais baixos, juros bancários dos créditos mais baixos”, afirmou.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75% ao ano. Essa foi a primeira alta feita no terceiro mandato de Lula.

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Após o encontro, Padilha afirmou que o grupo de trabalho para debater a redução do custo do crédito será efetivado ainda em outubro. Além da Febraban, devem participar da iniciativa representantes de bancos públicos, integrantes do Ministério da Fazenda e do Banco Central.

Febraban e Lula trataram sobre regulação das bets

A Febraban e o governo também debateram medidas de regulação das apostas esportivas on-line, conhecidas como bets. Segundo Sidney, há uma preocupação no setor bancário com o aumento do endividamento das famílias.

“Pedimos que fosse constituído um grupo de trabalho sobre bets com o setor bancário e o setor produtivo, porque há implicações na economia, queremos aprofundar esse tema”, disse.

Também participaram da reunião os CEOs do Itaú, Milton Maluhy; do Bradesco, Marcelo Noronha; do Santander, Mário Leão; o presidente do Conselho de Administração do BTG, André Esteves; e o presidente do Conselho Diretor da Febraban, Luiz Carlos Trabuco.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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