A quantidade de pessoas à espera de um atendimento no INSS caiu apenas 5% em agosto mesmo com a implantação de um plano para tentar zerar a fila do INSS, de acordo com dados divulgados na última semana pelo Ministério da Previdência. A pasta aponta 1,69 milhão aguardando processamento de aposentadoria, pensão ou auxílio, contra 1,79 milhão do mês junho, já que os dados de julho ainda não estavam completamente consolidados.
A baixa redução ocorreu mesmo com o aumento de 10% do volume de análises de benefícios. A diminuição tímida ocorre mesmo com a implementação da chamada Estratégia Nacional de Atendimento Tempestivo, que fixou metas de atendimento, controle de produtividade, trabalho remoto de servidores e pagamento de bônus para análises extras acima da meta.
Os pedidos de análise administrativa, como aposentadorias e pensões, diminuíram 11%, enquanto os pedidos que dependem de perícia médica aumentaram em 6,8%, incluindo auxílio-doença e Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) para pessoas com deficiência.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que o aumento da fila do BPC foi causado pelo cancelamento de benefícios irregulares pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e espera ver os efeitos da estratégia lançada em julho dê os primeiros resultados nos próximos meses.
O estado de São Paulo ainda tem a maior quantidade de pessoas na fila, com 208 mil à espera, a frente de Minas Gerais (156 mil), Bahia (138 mil), Ceará (122 mil) e Rio de Janeiro (102 mil).
Lupi também anunciou a implementação da telemedicina para dispensar a perícia presencial em afastamentos de até 90 dias e a expansão do sistema Atestmed, que permite o envio de laudos médicos pela internet para análise de médicos peritos à distância. Além disso, mutirões de perícia e avaliação social têm sido realizados em várias regiões do país para lidar com a fila de pedidos de BPC/Loas.
Por outro lado, a Previdência ainda avalia uma possível falha no monitoramento entre plataformas do governo, com dados desatualizados de anos passados. Uma apuração do jornal Correio Braziliense realizada em junho apontou uma diferença de quase meio milhão de pessoas à espera de uma perícia médica – 596 mil segundo a “Transparência Previdenciária” e 1 milhão de acordo com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI).
“A gente usa o sistema de tarefas há décadas. Imaginamos que [possam ter sido mantidas] tarefas que não eram necessárias ou tarefas desprezadas de 2008, 2007, ou seja, não é uma pessoa que está esperando. Não temos certeza ainda disso. Quando tivermos certeza, apresentaremos as evidências”, disse Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, na última sexta (1º).
Há a expectativa de que um grupo de trabalho será criado para discutir a metodologia de dados do sistema da Previdência e para mapear eventuais inconsistências.
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