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Tomás Covas, filho do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, que morreu em 2021, minimizou a ofensiva de adversários contra a participação do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB) na manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último domingo (25).
Em entrevista para O Globo, Tomás disse que aprendeu com o pai que “apoio não se recusa” e que o fato de Nunes ter subido no palanque com o ex-presidente Jair Bolsonaro não pode ser considerado uma traição. Ele afirmou que o atual prefeito “precisa buscar a maior rede possível de partidos para a sua coligação”.
Após a participação na manifestação pró-Bolsonaro, que reuniu centenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista, os deputados federais e pré-candidatos à prefeitura da capital Guilherme Boulos (Psol) e Tabata Amaral (PSB) têm afirmado que a atitude de Nunes “envergonha” a memória de Bruno Covas.
“É uma vergonha que alguém que se elegeu vice de Bruno Covas, democrata que SEMPRE foi contra o Bolsonarismo, esteja hoje na Paulista defendendo justamente o ataque à democracia promovido por Bolsonaro”, publicou Boulos no “X” (antigo Twitter) no dia da manifestação.
“[...]é vergonhoso ver o prefeito da maior cidade brasileira apequenar o cargo que ocupa e a cidade que deveria liderar com sua participação. Novamente, Nunes demonstra topar qualquer negócio para se manter no poder e envergonha o legado de Bruno Covas”, afirmou Tabata ao comentar a manifestação.
Na entrevista ao jornal O Globo, o jovem comentou as falas dos pré-candidatos e chamou as declarações de oportunismo. “Agradeço aos adversários do Ricardo que falam sobre os feitos da boa gestão do meu pai. Mas é estranho eles comentarem isso só agora, em ano de eleição. Acho que é oportunismo da parte do Boulos e da Tabata, mas também é normal do jogo político. É válido que as boas ações sejam reconhecidas. O problema é falar em nome dele (do Bruno Covas). Já passa da conta. Nem eu tenho autonomia para falar em nome do meu pai”, disse Tomás Covas.
Ao rebater as acusações contra o prefeito de São Paulo, Tomás, que tem 18 anos, disse ainda que Nunes fez uma gestão de “centro”, e não bolsonarista.
Apoio do PSDB
Durante a entrevista, Tomás Covas também criticou uma fala do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Nesta semana, Leite disse que o PSDB não deveria embarcar no projeto de reeleição de Nunes.
Também em entrevista ao jornal O Globo, Leite criticou a aproximação do PSDB de São Paulo com a pré-candidatura de Nunes, que terá o bolsonarismo paulista ao lado na disputa pela reeleição, fazendo frente à chapa da esquerda com Guilherme Boulos (Psol) e Marta Suplicy (PT).
A bancada do partido, no entanto, reagiu a fala do governador gaúcho, que é considerado o principal nome do PSDB para as eleições presidenciais de 2026. “O Nunes era o vice do Bruno Covas e tenho certeza que ele apoiaria [a chapa]. Então, temos muita confiança no trabalho dele e a nossa vontade é que o partido caminhe com o Ricardo Nunes”, afirmou o líder da bancada tucana na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Vinícius Camarinha (PSDB-SP), em entrevista à Gazeta do Povo.