Alegando o cumprimento de agenda contra o racismo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir à final da Copa do Brasil no estádio do Morumbi, em São Paulo, no último domingo (24).
Em publicação nas redes sociais, a ministra disse que iria ao estádio para uma “missão histórica”.
Eufórica e se dizendo torcedora do Flamengo, Anielle informou sobre a assinatura de um “protocolo de intenções para a realização de uma agenda de promoção da igualdade racial e do combate ao racismo em todos os esportes”.
Além de Anielle, também foram à final da Copa Brasil sob a justificativa da mesma agenda os ministros André Fufuca (Esportes) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).
A ação conjunta dos ministérios foi batizada de ‘Com Racismo Não Tem Jogo’. Entre as iniciativas criadas pelos ministros está a divulgação de um canal de denúncias.
“Estamos construindo o documento desde fevereiro. Esse é mais um passo no avanço do trabalho da justiça racial no nosso país e no mundo”, disse Anielle em vídeo publicado em seu perfil no Instagram.
Ao comentar sobre a agenda da ministra, o deputado Gil Diniz (PL-SP) criticou o uso de recursos públicos para levar a titular da pasta da Igualdade Racial de Brasília até São Paulo.
“Adivinha quem pagou pelo avião da FAB para a ‘ministra’ do Lula ir até São Paulo assistir à final da Copa do Brasil?”, escreveu o parlamentar em suas redes sociais.
Esta não é a primeira vez que a ministra gera polêmica por conta do seu deslocamento em agendas oficiais.
Em junho, Anielle foi filmada sem capacete durante um passeio de moto no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Ao publicar a cena em suas redes sociais, Anielle disse que o passeio se tratou apenas de um “corre rapidinho de uma rua pra outra”.
De acordo com a ministra, ela esteve no local para cumprir agenda relacionada ao plano de escuta com organizações, coletivos e lideranças sobre melhorias no acesso a políticas públicas.
Após a repercussão do caso, a pasta comandada por Anielle reconheceu o domínio do tráfico na região e disse que “a circulação, na grande parte de territórios de favelas e periferias do Rio de Janeiro, historicamente, não se faz com capacete, pois há riscos dentro da própria comunidade de incitar confronto”.
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