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As narrativas criadas pela mídia lulista teriam sido as responsáveis pela derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022 na visão de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente e senador eleito. De acordo com ele, a disputa teve, ainda, um “tratamento diferenciado” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre a campanha do pai e a de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As declarações foram dadas em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo publicada nesta segunda (20), em que Flávio explica que a comunicação da campanha do pai acabou sendo insuficiente para explicar as narrativas criadas pelos apoiadores do oponente.
“Eu acho que as narrativas foram criadas contra ele pela mídia lulista. E a nossa comunicação era insuficiente. Então ficava uma versão mais forte do que a outra. Eu acho que nossa comunicação poderia ter sido melhor. Tinham pessoas que achavam que os R$ 600 do Auxílio Brasil era o Lula que estava dando ainda”, disse.
Flávio vê que a campanha de Bolsonaro foi censurada pelo TSE de “falar a verdade sobre o Lula, como a relação dele com ditaduras”. Recentemente, o presidente minimizou as sérias violações dos direitos humanos cometidos pelo ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, com a diplomacia brasileira não assinando a declaração conjunta pactuada por 55 países contra os atos do governo.
Para o senador, o governo Lula ainda não mostrou a que veio e sabe que tem em Bolsonaro um líder da oposição – mesmo distante, ainda em viagem nos Estados Unidos. “Para mim, o Bolsonaro é o líder da oposição. Hoje não tem ninguém com a densidade eleitoral dele, do lado da centro-direita. Eu não vejo um vácuo aqui, até porque o Lula e a imprensa falam dele todo dia”, disse.
“Para mim, ele tem que voltar às bases [eleitorais], e ajudar na organização das eleições municipais, que são importantes para um possível passo em 2026 de novo de candidatura à Presidência. Então tem que se dedicar cada vez mais à política”, acredita Flávio já prevendo um retorno do pai para a próxima eleição presidencial, mas sem mencionar quando deve voltar ao Brasil.
Ainda segundo o senador, há o receio de que algum atentado seja cometido contra o pai “mais uma vez”, já que agora está com a equipe de segurança reduzida. Flávio descartou qualquer possibilidade de prisão ou inelegibilidade contra o pai, “não tem motivo nenhum para isso”.
“Tem uma parcela gigante da população que está observando [o processo], aí certamente, se chegar a esse ponto [inelegibilidade], o Bolsonaro seria o maior cabo eleitoral da história do Brasil. Eu acho que com muito mais força até do que o nome dele sendo colocado. Porque o brasileiro tem isso de se solidarizar com quem sofreu uma injustiça”, afirma.
Futuro político de Michelle
Por outro lado, Flávio vê em Michelle um “grande potencial” para se eleger a qualquer cargo que desejar se candidatar, mas não à presidência, como vem sendo especulado.
“Agora, sobre o futuro dela na política, é ela que vai poder dizer. Eu acho que ela tem um grande potencial. Mas assim, na minha cabeça, o candidato a presidente é o Jair Bolsonaro. Já Michelle tem grande chance de se eleger para o cargo que ela se candidatar. Tem que ver se ela vai querer”, diz.
A avaliação é a mesma em relação a Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), ex-ministro do governo Bolsonaro e atual governador do estado de São Paulo. Para Flávio, ele é um “quadro fenomenal, se elege para o que ele quiser se candidatar”.
No entanto, “essa hipótese é zero” de disputar a próxima eleição presidencial contra Bolsonaro. “[Ele é leal] 100%”, completou.