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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez críticas à atuação da Polícia Federal no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após relatar como foi a operação contra o seu irmão, Carlos Bolsonaro, na última segunda-feira (29). Segundo Flávio, existe uma "Polícia Federal Paralela" destruindo a credibilidade da instituição.
“Que saudade daquela Polícia Federal que batia na porta de bandidos em que havia fundamento, subsídios, provas, testemunhas, delações de pessoas que roubaram dinheiro público. Faziam operações para prender quadrilhas de tráfico e traficantes. Agora, para prender opositor político do atual governo?!”, afirmou o senador em entrevista coletiva, após reunião com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro também acusou a Justiça de praticar a chamada “pescaria probatória”, em que buscas de provas são feitas sem causa provável ou com causas diferentes do que realmente se busca, para atingir pessoas eleitas como alvo. Ele mencionou que a PF fez buscas na casa de Angra dos Reis (RJ), cujo alvo oficial era o vereador Carlos Bolsonaro. Porém, ele disse que os policiais discutiram a possibilidade de apreender celulares de toda a família.
"Havia, sim, uma intenção não republicana de apreender todos os aparelhos dos quatro Bolsonaros. Mas por alguma razão, no momento, o delegado que cumpria a diligência fez uma ligação e resolveu voltar atrás. Inclusive celulares dos seguranças de Eduardo Bolsonaro chegaram a ser apreendidos e devolvidos ", relatou o senador.
O parlamentar também disse que há disseminação de notícias falsas por parte da “Polícia Federal paralela” com intenções políticas. “Eu espero sinceramente que a própria Polícia Federal faça uma autoanálise e internamente expurgue esse pequeno grupo, esse câncer que é a Polícia Federal paralela usada para perseguir opositor político”, disse.
Nesta quarta-feira (31), senadores da oposição se reuniram com o presidente do Congresso Rodrigo Pacheco para tratar das recentes operações da Polícia Federal (PF) contra parlamentares e apresentar sugestões legislativas para reequilibrar a relação entre os Poderes.
Segundo Flávio, a reunião com Pacheco foi também para "mostrar que hoje há uma conjuntura, sim, para perseguir um espectro político ligado a [o ex-presidente Jair] Bolsonaro no Brasil, o que desequilibra a democracia".
Em menos de um mês, dois parlamentares do partido do ex-presidente, Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), foram alvos de operação da PF. Ambos, foram pegos de “surpresa” e “acordados” por agentes policiais com os mandados de busca e apreensão pela manhã em suas residências. Parlamentares que integram a base de apoio ao ex-mandatário temem serem o próximo alvo.