Reportagem do jornal O Globo afirma que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho "01" do presidente da República, e o policial aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador no período em que ele foi deputado estadual no Rio, devem ser denunciados à Justiça no inquérito da "rachadinha". A investigação, segundo a reportagem, foi concluída nesta segunda-feira (28).
O Globo chegou a noticiar que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) já havia feito a denúncia (pedido de abertura de ação penal) contra o parlamentar ao Tribunal de Justiça do Rio, mas, em nota, o MP-RJ disse que isso não ocorreu. O jornal voltou atrás e corrigiu a informação.
"O MPRJ, por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos (SUBCRIM/MPRJ), esclarece que, até o momento, não há denúncia ajuizada contra o atual senador Flávio Bolsonaro nas investigações referentes a movimentações financeiras em seu gabinete no período em que era deputado estadual”, diz a nota.
“A Instituição lamenta e repudia a divulgação de notícias relacionadas a investigações sigilosas, sem qualquer embasamento ou informação oficial por parte do MPRJ, o que causa prejuízo à tramitação do procedimento e desinformação junto ao público.”
Segundo O Globo, Flávio foi apontado no inquérito como líder de uma organização criminosa que agia para lesar os cofres públicos por meio do desvio de parte do pagamento de funcionários do seu gabinete na Assembleia Legislativa (Alerj). Queiroz seria o operador do esquema de corrupção que funcionava no antigo gabinete.
Ambos devem ser acusados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. De acordo com O Globo, Flávio Bolsonaro usou, pelo menos, R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo do esquema das rachadinhas. Os valores foram descobertos por meio da quebra dos sigilo bancário e fiscal do senador.
O caso começou a ser investigado em 2018 como um desdobramento da Operação Furna da Onça, que mirou justamente irregularidades em gabinetes de deputados estaduais do Rio de Janeiro. Flávio Bolsonaro não foi investigado nessa operação.
Mas um relatório elaborado pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, policial militar da reserva e então assessor do deputado Flávio Bolsonaro. O relatório veio a público em dezembro daquele ano.
A suspeita é de que o gabinete de Flávio na Alerj obrigava os funcionários contratados a devolver parte do salário recebido, a chamada "rachadinha". Segundo o MP, o esquema era operado por Queiroz, que fazia os saques em dinheiro vivo e os repassava ao então deputado.
Quando o caso veio à tona, Queiroz evitou prestar depoimento e iniciou um tratamento de saúde. O paradeiro era incerto até junho deste ano, quando ele foi preso na casa do advogado Frederick Wassef, em Atibaia (SP), na Operação Anjo. Wassef era advogado de Flávio na investigação até aquele momento.
Queiroz foi trazido ao Rio para cumprir a prisão em Bangu, mas um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que ele fosse para prisão domiciliar.
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