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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) questionou a operação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta terça-feira (19), que culminou na prisão de cinco militares das Forças Especiais do Exército pela suposta elaboração de um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o ex-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes.
“Quer dizer que, segundo a imprensa, um grupo de 5 pessoas tinha um plano para matar autoridades e, na sequência, eles criaram um ‘gabinete de crise’ integrado por eles mesmos para dar ordens ao Brasil e todos cumpririam?”, escreveu o senador em seu perfil no X.
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido”, completou o parlamentar.
De acordo com apuração da Gazeta do Povo, a PF identificou a existência de um detalhado planejamento operacional denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que “seria executado no dia 15 de dezembro de 2022.
Conforme noticiou a Gazeta, quatro dos militares do Exército presos estariam ligados aos "kids pretos", nome informal atribuído aos militares de operações especiais que usam gorro preto.
“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE)”, disse a PF em nota.
O senador Flávio Bolsonaro ainda destacou que é autor de um projeto que criminaliza ato preparatório de crime.
“Sou autor do projeto de lei 2109/2023, que criminaliza ato preparatório de crime que implique lesão ou morte de três ou mais pessoas, pois hoje isso simplesmente não é crime. Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas”, disse o senador.
PF vincula Bolsonaro a supostos atos golpistas e diz que plano para matar Lula foi impresso no Planalto
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é mencionado na decisão que levou à deflagração da operação “Contragolpe”, executada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (19).
Além de aparecer como um dos envolvidos na produção do documento que ficou conhecido como “minuta do golpe”, Bolsonaro saberia do monitoramento, em 2022, de Lula, Geraldo Alckmin e Moraes.
Sobre a participação de Bolsonaro no plano para assassinar autoridades, a PF cita que ele possivelmente estava no Palácio do Planalto quando um arquivo em word com as diretrizes do grupo para a execução dos três teria sido impresso.