Senador Flávio Bolsonaro postou vídeo de 14 minutos nas redes sociais no fim da tarde desta quinta-feira (19).| Foto: Reprodução/Youtube

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais, na tarde desta quinta-feira (19), para se defender das acusações feitas contra ele no caso do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz. Em um vídeo de 14 minutos chamado "A verdade ponto a ponto", ele diz que tudo não passa de uma armação contra o presidente Jair Bolsonaro e critica a atuação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) frente às investigações sobre o suposto esquema de "rachadinha" no gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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O filho 01 do presidente começa a gravação questionando o vazamento de informações do inquérito que, segundo ele, corre em segredo de Justiça. "Essa medida cautelar, que foi autorizada pelo juiz Itabaiana [Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau], da Vara Criminal do Rio de Janeiro, só ele tinha acesso e os promotores do MP. Se eu não tinha acesso e isso vazou para a imprensa, quem é que vazou isso? De quem é a responsabilidade por esse crime que acaba prejudicando muito a minha defesa?", argumentou.

Flávio ainda afirmou que a filha do juiz Itabaiana trabalha para o governador Wilson Witzel (PSC). "Tá lá até hoje. E olha, é uma boquinha que parece ser boa. Porque, inclusive, eu ouço falar que ela não aparece muito por lá, não", disparou, sugerindo que o MP investigue a funcionária.

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Já sobre os depósitos bancários que somaram R$ 2 milhões na conta de Fabrício Queiroz, Flávio Bolsonaro alegou que: "eles só não explicam que isso é num período de 12 anos e que a maioria desses recursos é oriunda dos próprios parentes dele". Segundo o senador, Queiroz era o responsável por administrar o dinheiro da família, já que a mulher e duas filhas dele também trabalhavam na Alerj.

Com relação à loja de chocolates, alvo da operação do MP-RJ, nesta quarta-feira (18), Flávio explicou que a franquia foi comprada por ele e pela mulher dele, com recursos próprios, e que está tudo declarado no Imposto de Renda. "Se eu quisesse lavar dinheiro, eu ia abrir uma franquia, que tem um controle externo, que tem auditoria?", alegou.

O foco é o presidente, diz Flávio

Em outro ponto do vídeo, o senador disse acreditar que tudo não passa de um conluio de "gente poderosa" cujo único objetivo é atacar o pai dele, o presidente Jair Bolsonaro. "Eu sempre fiz tudo direitinho. Passei 16 anos como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio e nunca teve uma vírgula (contra ele). Só após as eleições de 2018 [quando Bolsonaro foi eleito] que começou o problema todo", sustentou.

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"Eu estou sendo investigado há dois anos e não tem nada contra mim. Após mais de um ano de que tudo veio à baila é que ele (o juiz Flávio Itabaiana) autoriza uma busca e apreensão de celulares, uma medida completamente inócua. Tudo para trazer o assunto à tona de novo e exatamente em um momento em que o governador do Rio estava sob ataque", afirmou Flávio na gravação. "O objetivo não é buscar a verdade, mas me atingir e atingir o presidente da República", reforçou.

Amigo PM e imóveis

Sobre a tese do MP do Rio de que um policial militar – investigado por oferecer serviços ilegais de segurança – teria ajudado Flávio Bolsonaro a quitar um apartamento, o senador esclareceu: "Eles estão fazendo uma sacanagem com o Diego (Sodré de Castro Ambrósio), policial militar, amigo meu. Em uma única ocasião na minha vida eu – se não me engano foi porque o banco já tinha fechado e eu não tinha aplicativo na época – pedi para ele pagar uma conta para mim, que era um boleto do apartamento que eu estava pagando. Ele pagou e depois eu reembolsei. Qual o problema nisso? Pelo que divulgou o Estadão, o boleto era de R$ 16.564."

Com relação aos imóveis avaliados em R$ 638 mil que, segundo o MP, Flávio e a esposa dele teriam comprado de forma ilegal, o filho do presidente Bolsonaro disparou: "Só porque consegui comprar apartamento num preço bom, eu tô lavando dinheiro agora?". São duas quitinetes de 29 m², sem vaga na garagem e 'cacarecadas' em Copacabana. Eu comprei os imóveis de um grupo de investidores americanos que estavam saindo do Brasil. Consegui negociar um preço melhor porque foram dois imóveis do mesmo vendedor", justificou.

Ex-mulher de Bolsonaro

O senador também comentou, no vídeo, o fato de o Ministério Público do Rio ter intimado nove parentes da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro para depor. "As pessoas apontadas pelo MP trabalhavam lá em Resende (RJ). Lá é uma base eleitoral nossa. Todo político tem isso", afirmou. Entre os convocados estão o ex-sogro e a ex-cunhada de Bolsonaro, além de três primos da ex-mulher, uma tia e três tios.

Ao fim da gravação, Flávio Bolsonaro voltou a dizer que é vítima de perseguição contra o pai dele e afirmou que não quer atacar o Ministério Público (porque respeita a instituição), mas que "há pessoas ali que, no mínimo, estão mal intencionadas". "Estão perseguindo, usando artifícios ilegais, que constrangem as pessoas, para buscar explicar uma coisa que eu não fiz", finalizou.

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