O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse em entrevista ao jornal “O Globo” publicada neste sábado (30) que “jamais” voltaria à política caso seja escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dino é apontado como favorito para assumir o lugar de Rosa Weber, que se aposenta na semana que vem, e opositores veem na eventual indicação uma estratégia para ganhar visibilidade e disputar futuramente a Presidência da República.
“Se um dia, talvez, eu fosse para o Supremo e pensasse em retornar à política, haveria uma premissa de que eu usaria a toga para ganhar popularidade. Isso eu não farei, ou faria. Jamais. Seria uma decisão definitiva. Ou será, sei lá”, afirmou.
Ao jornal, o ministro tratou o surgimento de seu nome na bolsa de apostas para o cargo como “inerente” à sua atual função e disse que aceitar um possível convite seria “quase um dever funcional”.
“Se o presidente da República convida, é muito difícil dizer não. Vou estar desdenhando do STF, é descabido. Mas ele [Lula] nunca falou comigo sobre o Supremo, sequer insinuou.”
O favoritismo de Dino para ocupar uma vaga no STF tem incomodado não apenas políticos de oposição, mas também aliados do presidente Lula e juristas. Apesar disso, na quinta-feira (28), o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto disse que a bancada do partido poderá votar favoravelmente à indicação do ministro.
Além dele, estão no páreo o atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que conta com apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).
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