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Foro de São Paulo terá sua 26ª edição em Brasília, no fim de junho| Foto: Reprodução/Twitter

O grupo de partidos e organizações de esquerda conhecido como Foro de São Paulo (FST) vai se reunir em Brasília entre os dias 29 de junho e 2 de julho para discutir, entre outros temas, a integração dos países latino-americanos e caribenhos com governos esquerdistas e progressistas.

A realização do encontro no Brasil foi motivada pela eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, desde o início do novo governo, vem tentando estreitar a relação com as nações do continente, inclusive com a ditadura venezuelana de Nicolás Maduro.

“A XXVI Reunião do Foro acontecerá em meio a um cenário complexo, de vitórias e também de muita luta dos povos da nossa América”, diz a apresentação do encontro. O grupo vai além, e fala que há a “necessidade de construir a integração de nossos países, proteger nossa natureza, povos e soberania, além de lutar contra os efeitos do neoliberalismo em nossa região”, convocando o que chama de “forças progressistas, populares e de esquerda” a participarem do encontro.

A programação de quatro dias terá discussões que envolvem desde políticas de integração dos países e governos de esquerda até a uma análise e debates sobre o uso das redes sociais e “plataformas de luta do movimento sindical e popular”, segundo explica o site do encontro sem detalhar o que deve ser discutido. Serão dois painéis voltados a esse tema ao longo de um dia inteiro.

Em paralelo às discussões sobre as redes sociais e “plataformas de luta”, o Foro terá encontros com mulheres e com jovens, também sem detalhar o que deve ser debatido.

Há, ainda, um painel voltado especificamente para a “situação brasileira e as políticas de governo”, que deve ter uma análise sobre o cenário político nacional e a própria eleição de Lula com a volta do PT ao poder. O partido, inclusive, terá uma festa de confraternização como parte da programação oficial do Foro no penúltimo dia.

Nesta edição, o FST vai homenagear o ex-assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, um dos idealizadores do grupo, falecido em 2017.

Foro vai discutir esquerda nos EUA e Europa

Além de discutir a atual situação dos partidos e governos de esquerda na América Latina, principal foco do grupo, o encontro do Foro de São Paulo terá dois painéis sobre o “Partido da Esquerda Europeia”, que congrega 26 legendas no continente, e “Socialistas Democráticos da América”, este segundo específico sobre o panorama político dos Estados Unidos.

Outro painel terá discussões sobre o bicentenário da chamada Doutrina Monroe, criada em 1823 pelo presidente norte-americano James Monroe. A doutrina estabelecia a não interferência europeia no continente americano na época em que as colônias estavam passando pelo processo de independência.

Durante a eleição presidencial do ano passado, Lula disse que o PT articulou a criação do Foro, em 1990, para fazer uma espécie de “moderação” dos partidos de esquerda do continente e chegar ao poder sem o uso da violência. “Era só organizar um pouco o povo que a gente chegaria”, disse o então candidato em um ato em São Paulo durante a campanha.

Entre os principais membros do Foro de São Paulo, além do próprio PT, estão o Partido Comunista de Cuba, o Partido Socialista Unido da Venezuela e o Partido Socialista do Chile. O grupo também organiza eventos como a Jornada Mundial contra o Imperialismo e a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo.

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