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Nesta semana, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) entrou em campo para tentar devolver para a oposição a maioria na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), buscou o apoio para convencer os líderes do Republicanos, do União Brasil e do Progressistas a recompor os membros que jogam com a oposição na CPI.
Na semana passada, a ação do governo Lula fez com que a composição do colegiado, antes dominado pela oposição, fosse revertida. Os partidos, responsáveis pelas alterações dos membros na CPI, buscam fazer parte da base do governo Lula e por isso fizeram a movimentação que inviabiliza a atuação da oposição na investigação contra o MST.
Durante a reunião organizada por Lupion, o presidente da Câmara teria se comprometido em atuar para recompor a maioria da oposição na CPI, mas não deu prazo para que isso aconteça. Como condição, Lira teria dito ainda que dará um voto de confiança para que a oposição volte a fazer um “trabalho sério” na comissão. Ele teria se queixado sobre as condutas dos membros da oposição que estariam apenas buscando “lacrar”, sem empenhar esforços na investigação.
Embora o tema não tenha sido tratado na reunião de Lupion com Lira, a diligência em Alagoas pode ter despertado o interesse do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em retomar a maioria da oposição na CPI. Documentos obtidos pela CPI demonstram que, durante o governo de Renan Filho, recursos para financiar manifestações foram destinados ao MST por meio de órgãos do governo.
Notas fiscais recolhidas em Maceió pelos membros da CPI mostram gastos com lonas, refeições e ônibus para acampados que participam de "manifestações". O ex-governador de Alagoas é filho de um dos principais adversários políticos de Lira: o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
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Reunião gerou desconforto entre membros da CPI do MST
Embora possa produzir efeitos positivos no resultado da CPI, a reunião encabeçada por Lupion gerou desconforto entre os membros da CPI. Acompanhado do presidente da CPI, deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS) e do 1º vice-presidente, deputado Kim Kataguiri (União-SP), o encontro não contou com a presença do relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP). Salles chegou a ir às redes sociais para criticar supostos acordos tratados na reunião, mas apagou a legenda da publicação posteriormente.
Com a repercussão, a FPA divulgou uma nota em que reconheceu e reforçou o apoio ao esforço do presidente e do relator da CPI do MST no combate às invasões criminosas de terras ocorridas desde o início de 2023. A nota afirma ainda que a reunião “foi pautada pelo pedido de recomposição de membros da comissão, alterada na última semana por líderes partidários”.