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Prisão de Braga Netto

Frente do agro cobra investigação imparcial sobre “ações isoladas” a Braga Netto

Braga Netto
Bancada da agropecuária afirma que imagem do setor não pode ser prejudicada por "ações isoladas". (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defendeu neste final de semana uma investigação “com urgência e rigor” sobre a suspeita de participação de produtores rurais no financiamento da suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, segundo se revelou com a prisão do general Walter Braga Netto no sábado (14).

A FPA reúne a maior bancada do Congresso, com 340 deputados federais e senadores, e diz que “ações isoladas” não devem comprometer a imagem do setor, que representa mais de seis milhões de produtores e “desempenha papel fundamental para o desenvolvimento do Brasil”.

“A FPA destaca a necessidade de que as investigações sejam conduzidas de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal”, disse em uma nota emitida neste domingo (15).

O posicionamento ocorre após declarações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), em depoimento à Polícia Federal. De acordo com ele, Braga Netto teria obtido recursos financeiros junto ao “pessoal do agronegócio” e os repassado a um militar investigado, em dinheiro vivo, dentro de uma sacola de vinho.

De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a prisão preventiva do militar no sábado (14), ele teria organizado e providenciado os recursos para o chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que pretendia sequestra-lo e executar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin e ele próprio.

A operação intitulada “Copa 2022” previa o sequestro de Moraes em 15 de dezembro de 2022, segundo documentos obtidos pela Polícia Federal. A delação de Cid aponta que Braga Netto entregou os valores ao tenente-coronel Rafael de Oliveira para viabilizar a execução do plano.

A prisão de Braga Netto e o temor de que atinja outros militares ocorreu semanas depois da investigação sobre a suposta tentativa de golpe ter sido encerrada, em 21 de novembro, quando a Polícia Federal entregou a Moraes o relatório final que levou ao indiciamento de 37 pessoas – entre elas o general e Bolsonaro.

Na semana passada, outras três pessoas foram indiciadas, elevando para 40.

O motivo da prisão de Braga Netto seria obstrução da Justiça. De acordo com a PF, em nota à imprensa, também foi autorizada a busca e apreensão na casa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general no Partido Liberal

Em operação anterior, a PF encontrou na mesa dele documento com menções à delação premiada de Cid. Para a PF, é um indício de que Braga Netto tentou obter informações sigilosas para atrapalhar a investigação.

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