A Frente Parlamentar Brasil-Taiwan desapareceu do site da Câmara dos Deputados pouco antes da viagem do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) à China. De acordo com o líder da bancada recém-idealizada, deputado Júnio Alencar (PL-MG), a frente foi incluída no sistema da Câmara, com a própria assinatura de Lira, mas não passou nem dois dias visível. Procurados, assessores da Câmara dos Deputados não souberam explicar o que aconteceu.
A frente Brasil-Taiwan tem todos os requisitos necessários para ser instalada na Câmara dos Deputados, como estatuto e 212 assinaturas de apoio, acima do mínimo necessário de 191 para instalação.
Apesar da surpresa com o "sumiço" da bancada no site da Câmara, Alencar diz que não pode relacionar o fato à viagem de Lira e que vai aguardar o retorno dele ao Brasil para entender o motivo da frente parlamentar ter sido retirada da relação que está disponível no site da Câmara dos Deputados.
O deputado explica que sempre teve muita simpatia por Taiwan, pela "história de resistência, contra a ditadura chinesa e o Partido Comunista", e por terem se reinventado em outro território. Por isso, decidiu criar uma frente parlamentar, já que a Câmara tem muitas frentes do Brasil em parceria com outros países.
Assuntos envolvendo Taiwan são sensíveis para a China. O Partido Comunista Chinês vê a ilha como uma de suas províncias e quer, mesmo que precise usar força, "reunificar" o território ao continente. Taiwan, porém, é um Estado soberano democrático com Constituição, Forças Armadas e partidos políticos próprios.
O conflito dura mais de 70 anos e se acirra a cada visita de representantes dos Estados Unidos a Taiwan, ou vice-versa, ou com manobras militares chinesas no Estreito de Taiwan e tem potencial para dar origem a uma guerra que poderia opor a China aos Estados Unidos. A independência da ilha é estratégica para a economia americana, pois é lá onde é produzida a metade dos chips de processador do mundo.
O isolamento diplomático de Taiwan começou em 1971, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a República Popular da China como representante única da nação chinesa, e Taiwan deixou de fazer parte da ONU.
A República Popular da China exerce enorme pressão diplomática sobre países em todo o mundo para que não reconhecerem Taiwan como um Estado independente. O Brasil, por exemplo, não reconhece a ilha como um país. Como pré-requisito para manter relações diplomáticas com um país, Pequim exige que este não reconheça Taiwan, que considera uma província rebelde. Em abril o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou aderir "firmemente ao princípio de uma só China".
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