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A Fundação Cultural Palmares pediu desculpas nesta terça (27) por ter publicado nas redes sociais uma postagem que registrou a visita do vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina, Sayid Marcos Tenório, na semana passada. Tenório zombou de uma jovem sequestrada pelos terroristas do Hamas em outubro do ano passado, no início da reação de Israel ao ataque do grupo terrorista.
O vice-presidente do instituto fez uma “visita de cortesia” ao presidente da Fundação, João Jorge Rodrigues, para “agradecer” por ter sido convidado para participar de um seminário sobre liberdade religiosa no país. A visita não repercutiu bem e levou o órgão a publicar uma retratação de desculpas pelo encontro.
“Nesse momento de guerras e conflitos políticos internacionais, destacamos que não compactuamos com posicionamentos que apoiam a violência e atos extremistas de qualquer ordem, com a posição diplomática do Brasil, já explanado pelo nosso Presidente da República”, disse a Fundação em uma postagem nas redes sociais (veja na íntegra).
Além da Fundação Palmares, Tenório tem transitado em outros setores do governo. Em janeiro, ele participou de uma mesa redonda promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) sobre “Liberdade Religiosa e Laicidade do Estado”, em Brasília (DF).
Considerado um extremista pelas posições pró-terrorismo que defende publicamente, Tenório publicou registros de sua participação no evento em suas redes sociais.
No dia 7 de outubro de 2023, ao comentar a publicação em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem citar o Hamas, se disse “chocado” com os ataques terroristas a Israel, Tenório classificou a fala do petista com “fajuta” e afirmou que “os palestinos têm o direito de resistir a opressão e o roubo de terras que Israel pratica há mais de 75 anos”.
Em resposta ao comentário do escritor, um perfil da rede social X publicou um vídeo em que uma mulher aparece ensanguentada sendo levada como refém por terroristas do Hamas.
No vídeo, a mulher é retirada do porta-malas de um jipe e conduzida pelos cabelos para o banco de trás. A refém tem as mãos amarradas e apresenta manchas de sangue na altura das nádegas. “Estuprar civil ajuda no que a Palestina?”, perguntou o perfil ao escritor.
Sayid retrucou: “Isso é marca de merda. Se achou nas calças”. O comentário foi apagado tempos depois, mas outro perfil recuperou a publicação salva em um print e questionou o escritor: “Apagou o comentário por quê?”.
Após o episódio, Tenório foi demitido da assessoria do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA). Tenório também ocupava um cargo na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara, presidida por Jerry.
Um dia antes de fazer o comentário nas redes sociais, Sayid foi recebido pelo ministro de Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, e o presenteou com um exemplar do seu livro.
Vale lembrar que Padilha (PT-SP) está entre os petistas que assinaram uma carta pró-Hamas, em 2021. Questionado sobre o apoio ao grupo terrorista, Padilha disse que o documento foi assinado em um contexto de pandemia e repudiou os ataques a Israel.