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O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira (14).
O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira (14).| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes negou nesta quinta-feira (14) qualquer tipo de omissão dos militares no desmobilização do acampamento montado em frente ao quartel general (QG) do Exército, em Brasília. Ele prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro. Na época, o general era o comandante do Comando Militar do Planalto, portanto, o responsável pelo quartel.

“Minha decisão para solucionar essa questão contemplou a estratégia indireta para a desmobilização do acampamento, o que implicou a prevalência das ações que evitavam qualquer enfrentamento direto com os manifestantes... Essa estratégia se mostrou adequada", disse.

Dutra é um dos investigados pelo Ministério Público Militar no inquérito que apura negligência ou omissão nas invasões de 8 de janeiro, informou a Agência Brasil. O militar relembrou os quase 70 dias de duração do acampamento. Segundo ele, no auge das manifestações, o local chegou a receber 100 mil pessoas, no dia 15 de novembro de 2022.

Ele acrescentou que a retirada das pessoas foi feita aos poucos. Na avaliação do general, o acampamento era uma manifestação pacífica, e não havia razão para o Exército declará-lo ilegal. De acordo com Dutra, o perfil dos acampados mudou do dia 6 para o dia 7, véspera dos atos de vandalismo.

"O acampamento estava vazio. As pessoas que estavam no dia 6 eram pessoas com situação muito vulnerável, eram pessoas em situação de rua. Pessoas que tinham vindo de outro estado e não tinham dinheiro para retornar aos seus estados. Essa era a situação do acampamento no dia 6. No dia 7, houve um fluxo muito grande de ônibus para Brasília. Essas pessoas chegaram no dia 7. As pessoas que estavam no dia 7 não eram as pessoas que estavam durante novembro e dezembro no acampamento", afirmou.

Durante a oitiva, o senador Jorge Seif (PL-SC) chorou ao chamar o general “covarde”. Seif mostrou um vídeo em que pessoas que estavam na frente do QG pediam para que as Forças Armadas "salvassem o Brasil".

"O senhor é um covarde. E o senhor presta continência para comunista. E o senhor hoje serve a uma ladrão. E o senhor traiu seu povo, tinha todas as condições de desmobilizar os acampamentos e não fez para deixar depois Flávio Dino. Vocês não desmobilizaram, mas depois que virou governo, para adular esse governo de ladrão, de desgraçados que arruinaram nosso país e vão arruinar de novo. O senhor encaminha senhoras, senhores, famílias e crianças, para serem presos, para agora terem pena, general? Covarde", disse o senador chorando.

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