O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse à Gazeta do Povo que sua convocação para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro é uma tentativa do governo de "esquentar" a comissão.
O depoimento dele ocorre em um momento em que parlamentares governistas caminham para o final da CPMI tentando deixar de lado as omissões do governo em relação aos atos de vandalismo e criar uma narrativa equivocada de golpe de Estado culpando militares que apoiaram Bolsonaro.
"Eu estou tranquilo. Não devo nada, não fiz nada que possa me incriminar. Acho que é uma convocação ineficiente que não vai levar a nada", disse Heleno. Ele lembrou que já prestou depoimento na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal e não teria nada mais a acrescentar. A notícia de sua convocação surgiu nesta sexta-feira (22). O depoimento está marcado para acontecer na sessão da CPMI da próxima terça-feira (26).
"Eu estou em casa desde 31 de dezembro de 2022 e não tenho nada a esconder", afirmou. O general disse ainda que não pretende recorrer a habeas corpus para ficar em silêncio e vai responder o que for perguntado, desde que as perguntas estejam relacionadas ao contexto da CPMI.
"Só não vou responder se forem perguntas de outros assuntos, como aconteceu na CPI do DF em que me perguntaram sobre a Revolução de 1964", disse o general.
Parlamentares governistas estão há semanas tentando convocar militares de alta patente ligados a Bolsonaro para tentar impor uma narrativa equivocada sobre um suposto plano golpista liderado pelo ex-presidente.
Além de Heleno, também vai depor na CPMI o ex-ministro e candidato à vice-presidência de Bolsonaro, general Walter Souza Braga Netto. A sessão que deve ouvi-lo está marcada para o dia 5 de outubro.
Parlamentares governistas tentam convocar ainda o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que teria sido citado em delação premiada de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo reportagens do UOL e do jornal O Globo, ele teria sido favorável ao acionamento do artigo 142 da Constituição para restabelecer a ordem institucional no país após as eleições de 2022 em uma reunião envolvendo Bolsonaro e outros oficiais generais.
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