O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem responsabilidade política pelos atos do dia 8 de janeiro.
“A responsabilidade política (de Bolsonaro) é inequívoca. Eu acredito que até mesmo os militares não retiraram esses invasores, esses manifestantes, por conta de algum estímulo que havia por parte da presidência da República”, disse o decano da Corte à agencia de notícias AFP.
No entanto, o magistrado afirmou que a responsabilidade jurídica do ex-presidente ainda “está em julgamento”. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se há elementos para denunciar Bolsonaro. A PGR avalia se ele instigou seus apoiadores contra as instituições e a não aceitarem o resultado da eleição.
O ex-presidente estava nos Estados Unidos quando as manifestações ocorreram. Ele nega qualquer envolvimento com o ocorrido. Caso seja denunciado, Bolsonaro será julgado pelo STF – que mantém sob sua jurisdição todas as investigações e ações relacionadas aos protestos na Praça dos Três Poderes.
Para Gilmar Mendes, as críticas feitas às urnas eletrônicas por apoiadores do ex-presidente eram um subterfúgio para questionar o resultado da eleição em caso de derrota.
“O que estava em jogo não era a dúvida que tivessem em relação à urna eletrônica, era a busca de um pretexto para o caso de um resultado desfavorável. Isso ficou muito evidente quando Bolsonaro, depois do segundo turno, impugna o resultado das eleições só em relação às eleições presidenciais e só aonde ele tinha perdido”, afirmou.
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