O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (13) que o crime organizado “encontrou meios de se situar na sociedade brasileira”. A declaração ocorreu depois que o encontro de assessores do Ministério da Justiça com a mulher de um líder do Comando Vermelho (CV) se tornou público.
Mais cedo, o Estadão revelou que Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, foi recebida duas vezes neste ano por assessores do ministro Flávio Dino, no prédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília.
“Não tenho dados para emitir juízo sobre isso [encontro no Ministério da Justiça]. Temos que nos preocupar com a questão do crime organizado como tal. De alguma forma, ele encontrou meios e formas de se situar na sociedade brasileira. Tem se falado muito, por exemplo, da mistura que há entre o crime organizado e a política”, disse o ministro a jornalistas após participar de um evento promovido pelo Estadão.
Gilmar Mendes defendeu que é preciso “tratar do tema com a seriedade que ele merece”. O marido de Luciane, Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, foi o número um na lista de procurados pelo governo do Amazonas até ser preso em dezembro do ano passado. Eles estão casados há 11 anos e foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.
O secretário de Assuntos Legislativos da pasta, Elias Vaz, pediu desculpas por ter marcado a reunião com a Luciane Barbosa. Dino afirmou que não foi avisado sobre o encontro realizado por seus assessores das secretarias de Assuntos Legislativos e de Políticas Penais com a mulher de um líder do CV. Senadores e deputados da oposição ao governo pedem que o ministro preste esclarecimento sobre o caso e devem apresentar mais um pedido de impeachment contra ele.
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