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Presidente do PL

Gilmar Mendes arquiva investigação sobre Valdemar Costa Neto na Lava Jato

Gilmar Mendes arquiva investigação sobre Valdemar Costa Neto na Lava Jato
Inquérito contra Valdemar Costa Neto foi aberto em 2017 pela Lava Jato. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes arquivou uma investigação contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por suposta propina da Odebrecht (atual Novonor). O inquérito foi aberto em 2017 com base em declarações de ex-executivos da empreiteira feitas em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

Costa Neto era investigado por suposto crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-deputado federal Milton Monti, que à época era filiado ao PL, também era alvo do inquérito.

Na decisão, o ministro apontou “excesso de prazo para o encerramento das investigações” e a “ausência de indícios mínimos” contra os investigados para dar prosseguimentos às apurações.

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Para o decano da Corte, caso o inquérito não seja arquivado, haverá a “inequívoca caracterização de constrangimento ilegal a ser suportado pelos investigados”.

Delação contra Valdemar Costa Neto

Os ex-executivos da Odebrecht relataram pagamento de propina para a execução das obras da Ferrovia Norte-Sul, conduzidas pela empresa pública Valec.

Segundo os delatores, a vantagem financeira correspondia a 4% sobre o valor do contrato, sendo que 3% seria destinado ao grupo político de Costa Neto, do qual Monti fazia parte, e 1% para o grupo político de José Sarney.

O ministro considerou que as declarações dos delatores foram “isoladas e genéricas”. “É o que ocorre no caso em análise, em que se observa a existência de declarações isoladas e genéricas, sem elementos robustos de corroboração, insuficientes à configuração da justa causa mínima quanto aos fatos ilícitos imputados”, afirmou.

Na decisão, o ministro afirmou que o padrão "para se admitir a instauração de uma investigação com base em acordo de colaboração premiada deve ser mais rigoroso do que o utilizado para a deflagração ou a manutenção de um inquérito com base em evidências tangíveis, objetivas e concretas".

"Nada de substancial foi produzido"

Mendes disse que "a presente fase inicial e preliminar de investigação já se prolonga por mais de 7 anos, sem que a autoridade policial e o Ministério Público tenham apresentado qualquer perspectiva de conclusão do inquérito".

Segundo o ministro, apesar da investigação estar aberta a mais de 7 anos, "nada de substancial foi produzido" para comprovar os supostos crimes. O relator também ressaltou que a investigação se apoiou em relatos de colaboradores e em informações extraídas dos sistemas Drousys e MyWebDay da Odebrecht.

Em setembro do ano passado, o ministro Dias Toffoli anulou todas as provas obtidas pela Lava Jato a partir desses sistemas. “E a jurisprudência deste Tribunal em inúmeras oportunidades rechaçou a possibilidade de esses parcos elementos fáticos sustentarem o prosseguimento das investigações”, afirmou Gilmar Mendes.

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