O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a atuação da força-tarefa da Operação Lava Jato e disse que a instituição da chamada “delação premiada” foi uma criação errada do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com um texto “sem parâmetros”, que teria sido escrito pelo então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos-PR (veja na íntegra).
As declarações de Mendes foram dadas durante a participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda (8). Na mesma entrevista, o magistrado fez outras críticas à Lava Jato e disse que “Curitiba tem o germe do fascismo”, em referência à base das investigações da operação.
Em resposta às declarações do ministro, o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse que Mendes "nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia". Veja aqui a declaração completa do deputado.
A colaboração premiada, prevista na Lei 12.850/2013, é um acordo feito entre o réu, ou investigado, e os órgãos de investigação. Segundo a procuradora da República (MPF), Thaméa Danelon, o delator, além de confessar seus crimes, deve indicar outras pessoas que estão envolvidas, fornecer provas de suas alegações e ressarcir a vítima.
Ao criticar o dispositivo, Mendes disse que os termos da lei deram margem a questionamentos. “Combate à corrupção tem que ser feito dentro dos marcos da legalidade, e aí acho que houve um erro do governo do PT, da [ex-] presidente Dilma, ao criar a delação sem nenhum parâmetro, e estavam entendendo que estavam fazendo o combate à corrupção. Quando, na verdade, esse texto foi redigido certamente por Moro, até pela má redação deve ter sido pelo Moro, Dallagnol, e coisas do gênero”, disse.
Enquanto Gilmar respondia aos entrevistadores, Moro postou uma mensagem no Twitter afirmando que não tem a “obsessão” que o magistrado tem por ele, e que combateu a corrupção e prendeu criminosos.
“Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, disse.
Por fim, Gilmar Mendes disse que a instituição da colaboração premiada gerou o “discurso anti-política” e que a “Lava Jato faz de Bolsonaro o seu candidato”.
Deltan rebate Gilmar Mendes
Em uma postagem feita na manhã desta terça-feira (9), Dallagnol rebateu as declarações do ministro do STF. Disse que Mendes "nunca respeitou a liturgia do cargo" e "nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia".
"Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin", escreveu.
O deputado ainda provocou o magistrado: "Há muitas questões que o Ministro Gilmar precisa responder: o senhor já ligou para redações pedindo a cabeça de jornalistas? Já ligou para universidades pedindo a cabeça de acadêmicos cujo trabalho lhe desagradou? Já ligou para políticos para fazer indicações? Ligou para ministros de outros tribunais para influenciar votos?".
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião