![Gilmar Mendes diz que delação premiada foi uma “criação errada” do governo Dilma com Moro e Dallagnol Gilmar Mendes](https://media.gazetadopovo.com.br/2023/05/09085928/gilmar-mendes-2-foto-reproducao-tv-cultura-960x540.jpg)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a atuação da força-tarefa da Operação Lava Jato e disse que a instituição da chamada “delação premiada” foi uma criação errada do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com um texto “sem parâmetros”, que teria sido escrito pelo então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos-PR (veja na íntegra).
As declarações de Mendes foram dadas durante a participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda (8). Na mesma entrevista, o magistrado fez outras críticas à Lava Jato e disse que “Curitiba tem o germe do fascismo”, em referência à base das investigações da operação.
Em resposta às declarações do ministro, o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse que Mendes "nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia". Veja aqui a declaração completa do deputado.
A colaboração premiada, prevista na Lei 12.850/2013, é um acordo feito entre o réu, ou investigado, e os órgãos de investigação. Segundo a procuradora da República (MPF), Thaméa Danelon, o delator, além de confessar seus crimes, deve indicar outras pessoas que estão envolvidas, fornecer provas de suas alegações e ressarcir a vítima.
Ao criticar o dispositivo, Mendes disse que os termos da lei deram margem a questionamentos. “Combate à corrupção tem que ser feito dentro dos marcos da legalidade, e aí acho que houve um erro do governo do PT, da [ex-] presidente Dilma, ao criar a delação sem nenhum parâmetro, e estavam entendendo que estavam fazendo o combate à corrupção. Quando, na verdade, esse texto foi redigido certamente por Moro, até pela má redação deve ter sido pelo Moro, Dallagnol, e coisas do gênero”, disse.
Enquanto Gilmar respondia aos entrevistadores, Moro postou uma mensagem no Twitter afirmando que não tem a “obsessão” que o magistrado tem por ele, e que combateu a corrupção e prendeu criminosos.
“Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, disse.
Por fim, Gilmar Mendes disse que a instituição da colaboração premiada gerou o “discurso anti-política” e que a “Lava Jato faz de Bolsonaro o seu candidato”.
Deltan rebate Gilmar Mendes
Em uma postagem feita na manhã desta terça-feira (9), Dallagnol rebateu as declarações do ministro do STF. Disse que Mendes "nunca respeitou a liturgia do cargo" e "nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia".
"Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin", escreveu.
O deputado ainda provocou o magistrado: "Há muitas questões que o Ministro Gilmar precisa responder: o senhor já ligou para redações pedindo a cabeça de jornalistas? Já ligou para universidades pedindo a cabeça de acadêmicos cujo trabalho lhe desagradou? Já ligou para políticos para fazer indicações? Ligou para ministros de outros tribunais para influenciar votos?".
-
Novo embate entre Musk e Moraes expõe caso de censura sobre a esquerda
-
Biden da Silva ofende Bolsonaro, opositores e antecipa eleições de 2026; acompanhe o Sem Rodeios
-
Qual o impacto da descriminalização da maconha para os municípios
-
Qual seria o melhor adversário democrata para concorrer com Donald Trump? Participe da enquete
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Estratégias eleitorais: o que está em jogo em uma eventual filiação de Tarcísio ao PL
Deixe sua opinião