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O ministro do Supremo Tribunal (STF), Gilmar Mendes, disse que o caso Marielle é uma oportunidade para “pensar numa refundação” das polícias. A fala faz referência ao fato de que a Polícia Federal (PF) tem apontado como um dos mandantes do crime o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.
“Muito se vem citando esse tipo de notícia do envolvimento de parte da polícia com o crime organizado e obviamente isso é extremamente grave. É preciso pensar numa refundação dessas instituições. Acho que é um momento de profunda reflexão pelo Congresso Nacional, [de] se dedicar a essa temática, uma reforma das polícias e uma reforma especialmente voltada para o que está acontecendo no Rio de Janeiro”, afirmou Gilmar Mendes a jornalistas, nesta segunda-feira (25).
Além de Rivaldo, a Polícia Federal (PF) prendeu, no domingo (24), o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Todos acusados de serem mandantes do crime.
De acordo com o relatório da PF, o delegado Rivaldo Barbosa teria sido o responsável pela determinação para que o crime não fosse cometido na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Segundo o relatório, a determinação teria como objetivo evitar o envolvimento da PF e outros órgãos federais nas investigações.
Em outro trecho do relatório, a PF diz que os irmãos Brazão recebiam informações sobre os passos de Marielle dentro do PSOL através de Laerte Silva de Lima, que estava infiltrado no partido desde o fim do segundo turno das eleições de 2016.
Preso em 2019 em um desdobramento do inquérito que apura o caso Marielle, Laerte era tido como “um dos braços armados” da milícia de Rio das Pedras.
A ex-vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no dia 14 de março de 2018.