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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que o partido deve apoiar a reeleição do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), nas eleições municipais deste ano. Apesar de não encabeçar a chapa na capital fluminense, a legenda deve fechar com Paes a indicação do vice na disputa.
A mandatária petista considera que a eleição no Rio é “prioritária” para o partido, e ocorre no mesmo momento em que um dos principais pré-candidatos da oposição, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi alvo da Polícia Federal na semana passada por suspeita de participar de um suposto esquema de espionagem ilegal quando era diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Na minha avaliação, para Paes ter o apoio do PT no Rio na eleição municipal, o partido precisa indicar o vice”, disse Gleisi em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (29).
De acordo com ela, a vaga de vice na chapa de Paes deve ser ocupada pela ministra Anielle Franco, que vai se filiar ao PT no próximo mês, ou pelo secretário de assuntos federativos do governo, André Ceciliano.
A negociação pela prefeitura do Rio, no entanto, ainda é dúvida e não tem consenso no partido. O vice-presidente do PT, deputado federal Washington Quaquá, já declarou que poderia abrir mão do posto de vice e seguir apoiando Paes para tentar reeleger Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
Gleisi afirmou, ainda, que a eleição de um aliado no Rio tem papel importante na construção das bases de 2026. Além da capital fluminense, o PT também abriu mão de encabeçar uma chapa para a prefeitura de São Paulo, em que fechou com Guilherme Boulos (PSOL) a indicação de Marta Suplicy (que voltará ao PT em fevereiro) para a vice – será a primeira vez na história que o partido não lança candidato na cidade.
Já no Rio de Janeiro, a oposição enxerga uma tentativa de perseguição ao mirar Ramagem e o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), que pretende disputar a prefeitura da vizinha Niterói. Ele entrou na mira da Polícia Federal nas investigações dos supostos fomentadores dos atos de 8 de janeiro de 2023.
Nesta segunda (29), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também foi alvo da PF na mesma investigação que mira Ramagem, e ocorre em um momento de negociação para ele sair do partido e passar a ocupar a presidência local do PL – mesma legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).