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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disparou contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o partido Novo e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pelas críticas ao leilão que comprou 263 mil toneladas de arroz para suprir as dificuldades de escoar a safra do grão no Rio Grande do Sul.
Na última quarta (5), o Novo e a CNA foram à Justiça para tentar barrar a compra, com a alegação de que não haveria necessidade e que pode influenciar na cadeia produtiva do arroz no futuro. A liminar conseguida pelo partido foi derrubada e o leilão realizado no dia seguinte.
Gleisi afirmou que a compra do arroz importado foi necessária para fazer um estoque regulador a fim de evitar uma especulação de preços. Esse método, diz a petista, foi destruído por Bolsonaro.
“Foi a destruição dos estoques no governo do inelegível que fez o preço do arroz subir 30% no ano passado. E agora os especuladores nem esperaram os efeitos da tragédia do Rio Grande do Sul pra fazer disparar de novo o preço do arroz”, disse Gleisi.
De acordo com ela, o quilo do arroz chegou a ser custar R$ 10 em Brasília. Gleisi afirma que “manter estoques reguladores de alimentos é medida básica de segurança alimentar e de combate à carestia” e uma “obrigação de um governo comprometido com o povo”.
“Deploráveis as ações judiciais da Confederação Nacional da Agricultura e do Partido Novo que tentaram impedir a importação de arroz pelo governo federal”, atacou a petista afirmando, ainda, que são “gente gananciosa que quer lucrar em cima da tragédia”.
A declaração de Gleisi foi um eco do ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, que chamou as ações como “conspiração contra o povo”. “Antes de qualquer movimento de fazer leilão, nós conversamos com sindicatos rurais, Federarroz do Rio Grande do Sul, indústrias e cooperativas. Com a anuência, inclusive, para a retirada da TEC (Tarifa externa Comum) de 12%”, pontuou.
O ministro considerou que o leilão foi “um sucesso contra a especulação”. “Há um mês e meio, o arroz tipo 1, longo e fino, pacote de 5 quilos estava em torno de R$ 25 a R$ 27 no mercado brasileiro. Após a tragédia, subiu para R$ 35 a R$ 40”, pontua.
O governo, segundo ele, avalia os impactos da entrada do grão importado e não descarta a realização de novos leilões se necessário, embora prefira observar a situação do estado e incentivar a produção local antes de tomar novas medidas. O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, Edegar Pretto, afirmou que leilões adicionais podem custar mais de R$ 7 bilhões.