A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (12) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transformou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em uma “Gestapo particular”, em referência à polícia secreta do regime nazista que investigava e perseguia opositores de Adolf Hitler.
A parlamentar comentou a investigação da Polícia Federal que mira um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades dentro do órgão durante o governo Bolsonaro.
“Mais um negócio de família! É estarrecedor o que a Polícia Federal vem revelando sobre a Abin de Bolsonaro. Das rachadinhas ao golpe, da espionagem às fake news, o inelegível transformou a agência numa Gestapo particular, a serviço de seus interesses políticos e pessoais, incluindo a blindagem dos crimes da família”, disse Gleisi no X.
"Grampeavam uns aos outros", diz Gleisi sobre áudio encontrado pela PF
A PF investiga um áudio encontrado no computador do então diretor-geral da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), sobre uma reunião com Bolsonaro e o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. Para a PF, "possivelmente" a gravação foi feita pelo próprio Ramagem.
Na reunião, segundo a investigação, eles “tratam sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção do Relatório de Inteligência Fiscal que deu causa à investigação” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da suposta "rachadinha".
“Durante quatro anos o Brasil esteve nas mãos dessa gente, pessoas tão bandidas que grampeavam uns aos outros. E tudo indica que fizeram coisas ainda piores contra o país, a Justiça e a democracia. É para encobrir seus crimes e enterrar as investigações que eles querem voltar”, disse Gleisi.
O senador nega qualquer associação com a “Abin paralela”. Em nota, Ramagem afirmou que não houve monitoramento ilegal de autoridades. O deputado disse também que o áudio investigado pela PF "reforça" que não houve interferência no processo de Flávio.
"Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional", disse Ramagem.
A presidente do PT afirmou ainda que “não existe bolsonarista civilizado”. “Que ninguém se iluda: não existe bolsonarista ‘civilizado’. São todos cúmplices do chefe inelegível”, concluiu a deputada.
PF prendeu cinco suspeitos no caso da "Abin paralela"
Nesta quinta (11), a PF prendeu cinco suspeitos de espionar de forma clandestina políticos, ministros do STF e jornalistas utilizando uma “estrutura paralela” montada na Abin durante o governo Bolsonaro. Após audiência de custódia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manteve as prisões preventivas.
A decisão atinge o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.
A investigação aponta que eles podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
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