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A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta quarta-feira (18) que o veto dos Estados Unidos à resolução brasileira sobre a guerra entre Israel e Hamas “deixa claro quem quer a paz e quem quer prolongar o sofrimento das populações civis”. O documento foi analisado nesta manhã e recebeu 12 votos favoráveis, duas abstenções e a rejeição dos Estados Unidos. Por ser um membro permanente e possuir poder de veto, a resolução foi rejeitada.
“O veto dos EUA à resolução construída pelo Brasil, em diálogo com os membros do Conselho de Segurança, deixa claro quem quer a paz e quem quer prolongar o sofrimento das populações civis. Foi um veto político, para eliminar as chances de uma solução negociada multilateralmente. Querem seguir o caminho da violência e se impor pela força. Mas não vamos desistir de um cessar-fogo para poupar vidas inocentes, evitar mais crimes de guerra e construir a paz, como vem fazendo tenazmente o presidente Lula”, disse a parlamentar no X (antigo Twitter).
Em nota, o diretório nacional do PT condenou, no último dia 16, “os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel” e faz referência à retaliação de Israel, considerando-a “um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”. No mesmo dia, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, criticou o posicionamento do partido. Para o embaixador, defender os palestinos é diferente de apoiar o Hamas.
“Isso é maneira [de falar] de um partido que fala de direitos humanos? São direitos humanos matar crianças e estuprar mulheres? Esses são os valores que o PT apoia? O apoio aos palestinos é uma coisa, podemos discutir isso, mas apoiar o Hamas?”, questionou em entrevista ao Poder360 publicada na terça (17). Após a manifestação de Zonshine, Gleisi afirmou que a interpretação da embaixada israelense sobre a resolução da legenda é “totalmente falsa e maliciosa”.