A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (8) que o “destino” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser a “cadeia”. A declaração ocorreu na abertura da Conferência Eleitoral do PT. Durante seu discurso, ela elogiou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) na punição de réus acusados de participação nos atos de 8 de janeiro, criticou o mercado financeiro e disse que a falta de uma grande bancada fez o governo negociar com “forças conservadoras” no Congresso.
“O destino de Bolsonaro não pode ser somente a inelegibilidade: terá de ser também a cadeia”, afirmou. Para a deputada, as punições impostas pelo STF aos envolvidos nos atos de vandalismo são “didáticas”. “Temos de reconhecer aqui, particularmente, o papel do Supremo Tribunal Federal, que em nenhum momento titubeou nas investigações e punições aos golpistas; decisões didáticas, que servem para corrigir comportamentos futuros”, afirmou.
Governo e "forças conservadoras" no Congresso
Gleisi criticou as “forças conservadoras” no Congresso que “exercem influência desmedida no Legislativo e até no Executivo”. Ela apontou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa governar com “parte daqueles que estavam do outro lado”.
“O fato de não termos uma grande bancada no Congresso Nacional nos fez governar com parte daqueles que estavam do outro lado. As forças conservadoras, fortalecidas pelo orçamento impositivo cada vez mais ampliado e por liberações de emendas que substituíram o antigo orçamento secreto, exercem influência desmedida no Legislativo e até no Executivo”, apontou a presidente do PT.
A deputada disse respeitar "a legitimidade de um Congresso eleito pelo povo", mas reforçou a "necessidade de alguns enfrentamentos". Ela afirmou que o partido deve se organizar contra a “extrema-direita” para eleger mais candidatos nas eleições municipais de 2024. “As eleições municipais serão fundamentais para também fazermos o embate político contra a extrema direita e as forças do atraso, e para prepararmos as bases para a disputa de 2026”, afirmou.
Críticas ao mercado financeiro
A parlamentar disse que a “economia também reagiu, apesar das apostas contrárias, principalmente do mercado”. Gleisi apontou ainda que a meta do governo deve ser a do “crescimento econômico”. Ao contrário do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que aposta na meta fiscal de déficit zero em 2024, a deputada já defendeu a revisão da meta.
“O centro do nosso debate e do empenho de nossas forças deve ser em uma meta sim: a meta de crescimento econômico. Nos seus governos anteriores, a média de crescimento anual foi de 4,1%. Penso que não podemos deixar por menos neste governo”, afirmou. A presidente do PT afirmou ainda que o governo Lula não precisa prestar contas ao mercado financeiro.
“O país tem fundamentos macroeconômicos sólidos, principalmente pela herança de nossos governos anteriores. Não precisamos prestar contas ao mercado, precisamos prestar contas ao povo brasileiro”, acrescentou.
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