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Durante o debate na Comissão Especial da Câmara sobre a polêmica PEC da Anistia, na última quarta-feira (20), a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou as multas milionárias impostas ao PT pelo não cumprimento das cotas de gênero e pediu o fim da Justiça Eleitoral no país.
“Eu queria falar das multas dos tribunais eleitorais, os valores ditos aqui, R$ 750 milhões, R$ 23 milhões, isso não é multa exequível, não tem como pagar, nós não temos dinheiro. Elas (as multas) trazem a visão subjetiva da equipe técnica do tribunal, que sistematicamente entra na vida dos partidos políticos, querendo dar orientação, interpretando a vontade de dirigentes, a vontade de candidatos. Isto inviabiliza os partidos [...] Não pode ter uma Justiça Eleitoral… Aliás o único país do mundo que tem Justiça Eleitoral é o Brasil, o que já é um absurdo. E custa três vezes mais do que o financiamento de campanha. Talvez precisemos olhar aí para mudar”, afirmou Hoffmann.
Após a declaração, a presidente do PT foi ironizada por outros parlamentares que lembraram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi duramente penalizado por críticas à Justiça Eleitoral durante a campanha do ano passado.
Procurada pela imprensa após a sessão da Câmara, Gleisi optou pelo silêncio sobre o assunto.
A votação da PEC da Anistia foi adiada. A proposta prevê a retirada de punições impostas a partidos que não cumpriram a cota de recursos públicos para candidaturas de acordo com a cota de cor e gênero.