Lula errou ao falar em um discurso que 12,3 milhões de crianças morreram na guerra em Gaza e foi criticado por Israel Katz.| Foto: PT
Ouça este conteúdo

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, atacou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, por ter ironizado o erro de cálculo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a quantidade de vítimas da guerra em Gaza.

CARREGANDO :)

Na última quarta (3), Lula afirmou em um discurso que 12,3 milhões de crianças morreram no contra-ataque de Israel ao Hamas, sendo que o correto é de 12 mil. O erro não passou despercebido por Katz, que disse que “deveria haver uma lei que obrigasse toda pessoa que deseja se tornar presidente a aprender a contar”.

A fala não foi bem recebida por Gleisi, que classificou a declaração de Katz como um “intolerável deboche”, e que Lula teve apenas um “lapso pra lá de compreensível”.

Publicidade

“Intolerável o deboche do embaixador de Israel com a fala do presidente Lula. Mesmo tendo trocado os números, num lapso pra lá de compreensível, a realidade cruel é que as crianças são as maiores vítimas do massacre do governo de Netanyahu em Gaza. E Lula expressou a indignação da humanidade, a mesma aliás, expressada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre os crimes cometidos pelo governo de extrema-direita de Israel”, disse Gleisi nas redes sociais.

A mandatária petista ainda chamou Katz de “vergonha para o país que representa”.

Katz se tornou um forte crítico a Lula desde que o presidente comparou a reação israelense ao Hamas com o Holocausto Nazista, classificando-a como um “genocídio” de palestinos.

O petista chegou a ser declarado “persona non grata” em Israel e alvo de constantes pedidos de desculpas pela comparação – o diplomata Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais, se colocou contra a retratação.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade

Na fala de quarta (3), durante a Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília, Lula ainda classificou os bombardeios como uma “guerra insana contra a humanidade”.

“Às crianças, às quase 40 mil que morreram e ficaram órfãs de pai e mãe por causa da Covid. São as crianças que, no Brasil, morrem de desnutrição porque ainda não recebem as calorias e as proteínas necessárias. Mas, sobretudo, é uma homenagem as quase 12 milhões e 300 mil crianças que morreram na Faixa de Gaza, em Israel, bombardeadas em uma guerra insana contra a humanidade”, disse.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, cerca de 12,4 mil crianças morreram entre as mais de 30 mil vítimas do conflito. Os números não podem ser checados independentemente.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]