A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reconheceu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda “tem muita força” política para “colocar uma candidatura” de peso para disputar as eleições de 2026, em que ela quer que seja de um “enfrentamento” com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A deputada federal diz não ter dúvida de que Lula será candidato à reeleição e que não vê nenhum nome possível – exceto ligado a Bolsonaro – que possa ser candidato à sucessão presidencial. Mais recentemente, o MDB, que faz parte da base governista com a ministra Simone Tebet (Planejamento), deixou em aberto a possibilidade de caminhar com o PT em 2026.
“O Lula tem que ser nosso candidato à reeleição. Não tenho dúvida. Está na resolução do PT. E nossa missão tem que ser fazer com que essa frente permaneça. Ela é totalmente expressa na formação do governo, na condução da economia e no relacionamento com o Congresso”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (5).
Segundo Gleisi Hoffmann, embora as eleições de 2022 tenham passado e Lula se divida em pregar um discurso de união e, ao mesmo tempo, de comparação e ataques ao ex-presidente, o momento é de “quase uma guerra”. Ela afirma que é preciso manter o clima de “enfrentamento” com o que ela classifica como “extrema direita”.
“Não tem nenhuma liderança do centro, da centro-direita ou da direita clássica com condições de fazer essa disputa”, disse emendando que “se nos calarmos, quem vai fazer o embate? Não vai ser a direita. Prefiro o enfrentamento”.
As negociações para 2026, segundo Gleisi, passam necessariamente pelas eleições municipais deste ano, em que o PT quer levar os aliados junto para conseguir mais prefeituras. E isso cria uma cisão com um dos principais ministros de Lula: o correligionário Fernando Haddad, da Fazenda, com quem ela já fez críticas públicas por manter a meta de zerar o rombo das contas públicas.
“É óbvio que o desempenho do nosso campo político, não só do PT, vai ser melhor se os resultados da economia forem melhores”, disse.
Para Gleisi, o país precisa atingir 4% de crescimento neste ano, mesmo que precise passar por cima da meta zero de déficit fiscal. “O déficit vai ter que ser analisado no primeiro bimestre. O presidente Lula disse que não permitirá contingenciamento dos investimentos. Isso é fundamental para não travar a economia. A meta que nós temos que buscar é a do crescimento econômico. Já defendi que não tínhamos que cravar a meta fiscal zero”, completou.
Ainda segundo a deputada, o volume recorde de R$ 53 bilhões para emendas parlamentares é um “ultraje” que, se o governo tivesse uma base mais sólida, não teria deixado passar no Orçamento de 2024.
“Infelizmente, não temos uma correlação de forças para isso. Precisamos que a sociedade nos ajude, para não deixar o Legislativo avançar desse jeito numa situação que não é de sua responsabilidade constitucional”, pontuou criticando os parlamentares a quem acusou de “substituir” o papel do governo: “tudo tem limite. Temos que conservar o que é papel constitucional de cada Poder”.
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