Ainda de acordo com a presidente do PT, quem estava “fora do rito” processual foram “Bolsonaro e seus cúmplices”.| Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta (14), após a revelação de que ele teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora dos ritos processuais para investigar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Uma reportagem da Folha de São Paulo publicada na terça (13) aponta que o gabinete do ministro teria solicitado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios para subsidiar suas decisões, como no inquérito das fake news que tramita no STF.

Gleisi, que é a principal voz da base aliada petista, diz que Moraes “atuou para coibir crimes eleitorais e garantir a lisura do pleito de 2022”. “Como relator dos inquéritos das milícias digitais e das fake news no STF, atuou contra quadrilhas bolsonaristas que tentaram fraudar as eleições”, disparou.

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Ainda de acordo com ela, as afirmações de que Moraes teria agido “fora do rito” processual” deveriam ser feitas a “Bolsonaro e seus cúmplices”.

“’Fora do rito’, de qualquer rito, estavam Bolsonaro e seus cúmplices, mentindo sobre o processo eleitoral, ameaçando as instituições e urdindo um golpe contra a posse de Lula, o eleito”, pontuou.

Assim como outros aliados de Lula, Gleisi disparou contra a Folha de São Paulo pela revelação, afirmando que o jornal desencadeou uma campanha “a esses golpistas” e contra Moraes em que “se aproxima o momento em que Bolsonaro terá de enfrentar a Justiça pelos crimes que cometeu”.

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Além de Gleisi, o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) e o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, criticaram a apuração e também saíram em defesa do magistrado.

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De acordo com a apuração, Moraes teria investigado apoiadores de Bolsonaro e comentaristas políticos de direita com base em relatórios obtidos informalmente junto à Justiça Eleitoral. Essas ações estariam ligadas ao inquérito das fake news, tanto durante quanto após as eleições de 2022.

Conforme informações apuradas pela Folha de S. Paulo, o setor de combate à desinformação do TSE teria atuado como uma espécie de braço investigativo do gabinete de Moraes. O magistrado teria utilizado os relatórios produzidos pela Corte eleitoral para embasar o inquérito das fake news no STF, independentemente da relação direta com as eleições presidenciais.

A publicação revela que a Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp entre assessores de Moraes, incluindo conversas entre o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, então perito criminal responsável pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.

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