A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, admitiu que o partido precisa repensar a estratégia de comunicação com a população para evitar um desempenho ruim nas capitais como ocorreu no primeiro turno da eleição deste ano. O reconhecimento do cenário difícil para os trabalhadores ocorreu dias depois do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também admitir que esperava números melhores.
O PT elegeu 248 prefeitos em 2024, um crescimento em relação a 2020, quando conquistou 183 prefeituras. Esse resultado aproxima o partido dos números de 2016, quando foram eleitos 254 prefeitos, mas ainda está distante do auge de 2012, em que chegou a comandar aproximadamente 600 prefeituras.
“O PT tem que apresentar propostas para que o Estado seja mais ousado ao oferecer oportunidades para o brasileiro e não dar espaço para que mentirosos enganem o povo”, disse Gleisi em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (14).
A petista afirmou que o partido fará em dezembro um seminário para discutir a realidade política brasileira e os desafios que vem enfrentando, principalmente em como comunicar a população de suas propostas.
A discussão dos rumos do PT ao futuro foi citada por Lula na última semana, em que reforçou que precisa reavaliar o papel da sigla nas eleições municipais. “Eleger prefeitos é fundamental, porque eles são os primeiros a implementar as políticas públicas nas cidades. É nas prefeituras que a população sente a presença do Estado”, disse.
Informações de bastidores apontam que Lula deu uma espécie de “freio de arrumação” com seus correligionários após o primeiro turno da eleição municipal, e entrou de cabeça neste segundo turno ao passar a última sexta-feira (11) gravando participações para o horário eleitoral de políticos aliados.
Embora não tenha feito nenhum prefeito em capitais no primeiro turno, o PT espera conseguir um melhor desempenho nas que ainda terão segundo turno, como Cuiabá, Fortaleza, Natal e Porto Alegre. E em São Paulo, onde é vice de Guilherme Boulos (Psol) com a ex-prefeita Marta Suplicy.
No primeiro turno das eleições 2024, o PT cresceu em número de prefeituras no Brasil em relação a 2020, puxado principalmente pelo Nordeste, mas perdeu espaço em algumas regiões, como no Norte, e manteve uma tendência de desempenho fraco em capitais.
No Nordeste, o partido do presidente Lula conseguiu 168 municípios, contra 91 em 2020. O crescimento foi puxado principalmente por três estados da região: Piauí, Ceará e Bahia, nos quais o partido ainda tem forte apoio popular.
No Norte, no entanto, houve uma redução expressiva no número de prefeituras. O PT viu seu número de administrações municipais na região cair quase pela metade: de 13 em 2020 para apenas 7 em 2024. No Sul, também houve queda: o partido conquistou 29 prefeituras, contra 42 nas eleições anteriores. No Centro-Oeste, o partido ficou com um município a menos, elegendo três prefeitos em 2024, contra quatro na eleição passada.
Por outro lado, o Sudeste apresentou um leve crescimento petista, com 41 prefeitos eleitos em 2024, em comparação com 33 em 2020. Esse desempenho foi puxado principalmente por Minas Gerais, estado em que o partido ganhou em 35 municípios.
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