Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise interna

Gleisi defende rombo nas contas públicas, mas nega crise com Haddad

Gleisi Hoffmann
Presidente nacional do PT nega que esteja em crise com Fernando Haddad, mas segue discordando de zerar o rombo em 2024. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a defender que o governo não cumpra a meta de zerar o rombo das contas públicas no ano que vem como o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, está comprometido em fazer.

A divergência já vem sendo notada desde meados de outubro quando o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discordou de Haddad e disse que a meta de resultado primário “não precisa ser zero”, para se evitar o contingenciamento de recursos do orçamento.

Na semana passada, o Congresso aprovou a manutenção da meta mesmo sem o governo ter conseguido aprovar tudo o que precisava para alcançar os R$ 168 bilhões necessários – apenas pouco mais da metade disso está garantido.

Ainda fazendo as contas, Haddad deve apresentar novas medidas fiscais ainda nesta última semana do ano.

Apesar da crise entre Haddad e alas do PT, Gleisi defendeu que o governo tenha um déficit que, na visão dela, garanta um crescimento que alcance até 4%.

“O que eu disse é que se for preciso ter um pouco de déficit pra isso [crescimento] acontecer, eu não via problema. Aliás, falei com Haddad que a meta com que nós devíamos nos comprometer é a meta do crescimento econômico que, pra mim, no ano que vem, tinha que ser de, no mínimo, 4% que foi o que o governo Lula cresceu, em média, quando ele governou o país nos dois primeiros mandatos”, disse Gleisi em entrevista recente à GloboNews.

A defesa de um déficit fiscal frente à meta de zerar o rombo das contas públicas colocou Gleisi e Haddad em rota de colisão na própria convenção do PT em Brasília, no começo do mês. Ela defendeu um déficit de até 2%, enquanto que o ministro contrariou a necessidade de se fazer dívida para gerar crescimento.

Desde então, se fala nos bastidores que há uma crise interna clara no PT, o que Gleisi negou. “Nós não somos brigados, só temos divergências, o que é normal. O PT sempre foi um partido que fez debates”, completou.

Entre as vitórias de Haddad neste ano, estão a tributação dos fundos exclusivos, das offshores, das apostas online, a volta do “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), entre outros. No entanto, os porcentuais aprovados pelos congressistas não foram exatamente os esperados pelo governo, o que deve levar o ministro a enviar novas medidas econômicas que podem atingir diretamente a arrecadação de impostos, que precisa ser definida de um ano para o outro para entrar em vigor.

Caso as medidas não gerem o efeito esperado, a meta fiscal deve ser revista em março, quando o governo terá o primeiro balanço da arrecadação do ano.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.