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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, parabenizou os franceses pela vitória da esquerda no segundo turno das eleições legislativas deste domingo (7) como um “fracasso das políticas neoliberais e antipopulares” dos conservadores. Ela ainda ironizou o "clima" que pode ter surgido em Balneário Camboriú entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o libertário argentino Javier Milei durante o encontro do CPAC Brasil.
O elogio aos esquerdistas franceses ocorreu uma semana depois da petista atacar o presidente francês Emmanuel Macron dizendo que ele e “seu centro liberal” pagaram nas urnas por medidas impopulares, como a reforma da previdência e arrocho fiscal.
“Foi fundamental para o resultado a reação popular à ameaça da extrema-direita antidemocrática. E as urnas demonstram mais uma vez o fracasso das políticas neoliberais e antipopulares q vinham sendo implantadas pelos conservadores”, disse Gleisi.
Já a ironia a Bolsonaro e Milei, Gleisi afirmou que "perderam no golpe da Bolívia, perderam no Reino Unido e ontem foram fragorosamebte derrotados pelos eleitores na França. O clima não deve ter estado legal no encontro da extrema-direita com Bolsonaro e Milei em Camboriú".
Gleisi também parabenizou o líder esquerdista francês Jean-Luc Mélenchon por ter articulado a aliança dos partidos de centro-esquerda contra Marine Le Pen, afirmando que “que o novo governo seja o início de um novo tempo para a França”.
A comemoração ocorreu pouco depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também parabenizar os esquerdistas franceses pela vitória, em que ele se disse “muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas”.
Para ele, a vitória dos esquerdistas na França e do partido trabalhista no Reino Unido “reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social”. “Devem servir de inspiração para a América do Sul”, pontuou.
A citação em relação à Amércia do Sul ocorre principalmente por conta da eleição municipal deste ano que, a depender do resultado, vai pavimentar o caminho para a sucessão presidencial de 2026.
Na eleição da semana passada, o partido de Le Pen, Reunião Nacional, obteve 33% dos votos, seguido pela Nova Frente Popular, uma aliança de partidos de esquerda, com 28%. O bloco centrista do presidente Emmanuel Macron ficou em terceiro, com 20%.
A estratégia da esquerda e centro para conter o avanço da direita incluiu a retirada de mais de 200 candidatos moderados em favor de concorrentes mais competitivos contra Le Pen. A iniciativa foi apoiada por figuras públicas como o ex-jogador Raí e o capitão da seleção francesa, Mbappé.
Pesquisas de intenção de voto indicavam que a aliança entre esquerda e centro poderia alcançar uma maioria absoluta de 289 cadeiras no Parlamento francês, suficiente para indicar um primeiro-ministro.
A reportagem foi atualizada após novo comentário de Gleisi Hoffmann.
Atualizado em 08/07/2024 às 09:10