Manifestação contra a ditadura militar na Praça 19 de Dezembro, em Curitiba. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná| Foto:

O dia 31 de março de 1964, que marcou o início da ditadura militar no Brasil, deveria ser desprezado para 57% dos brasileiros – e não comemorado. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Datafolha com 2.086 pessoas entre terça (2) e quarta-feira (3). No levantamento, outros 36% responderam que a data deveria ser comemorada e 7% não souberam ou não quiseram opinar.

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Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que publicou a pesquisa, o desprezo à comemoração do golpe é maior entre os jovens, os que têm ensino superior e os mais ricos.

A pesquisa foi feita após a comemoração da data ter sido incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no mês passado. A intenção foi criticada pela oposição, Ministério Público Federal (MPF), entidades da sociedade civil e alguns aliados do presidente. O MPF alertou que a celebração do golpe poderia enquadrar Bolsonaro em crime de responsabilidade – que poderia resultar na cassação do presidente.

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Além disso, a possibilidade de celebrar o golpe também foi mais um elemento a pôr lenha na fogueira da crise entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que é filho de um exilado político pela ditadura. No fim, Bolsonaro recuou: transformou a “comemoração” em “rememoração” do golpe.

Metodologia da pesquisa Datafolha

O Datafolha entrevistou 2.086 pessoas em 130 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.