O governador Elmano de Freitas (PT), do Ceará, acionou neste sábado (22) o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, para informar sobre a onda de violência que atinge o estado desde a madrugada de quinta (20) e a possibilidade de pedir ajuda ao governo. Uma chacina em uma praça da cidade de Viçosa do Ceará vitimou oito pessoas naquele dia e mais quatro morreram em dois ataques em Fortaleza na noite de sexta (21).
O ministério de Lewandowski não respondeu sobre o chamado de Freitas, que é correligionário de Lula. A pasta apenas informou que realizou, nesta semana, uma reunião do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (CNSP) em que se discutiu a revisão do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP).
Elmano de Freitas disse, pela manhã, que a segurança seria intensificada no estado e que as forças policiais vão identificar e realizar operações para prender os autores dos ataques. Ele ligou para o ministro mais cedo para informar a situação no estado.
“Se necessário, não hesitarei em solicitar reforço de apoio federal nessa missão”, completou.
A onda de violência no Ceará retrata a principal dificuldade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vê o avanço de facções criminosas das grandes capitais do Sudeste para o interior e estados principalmente do Nordeste e Norte do país.
Especialistas na área indicam que os grupos estão fazendo parcerias com facções locais para ampliar a atuação – uma dessas foi a responsável por ajudar na fuga de dois integrantes do Comando Vermelho que estavam detidos na Penitenciária Federal de Mossoró (RN). As buscas duraram 50 dias e eles foram recapturados no Pará, quando tentavam fugir do país.
Lula reconheceu, nesta semana, que a segurança pública é um problema do seu governo e de todos os que já passaram, e cobrou de Lewandowski um plano de ação que envolva as forças policiais dos estados – uma atribuição constitucional – e o próprio governo.
“Eu disse ao Lewandowski, que está com uma proposta para apresentar pra mim já faz 15 dias, de que vou ouvir com a participação dos meus ministros que foram governadores”, disse em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza, onde esteve na quinta (20).
Ele disse que a proposta precisa envolver os governadores dos estados, já que a União só pode atuar com forças federais quando acionada. Entre os ministros que já foram governadores estão Camilo Santana (Educação) e Rui Costa (Casa Civil), que Lula diz que podem contribuir com a experiência que tiveram nos estados durante suas gestões.
O presidente afirmou que as ondas de violência como a que atinge o Ceará são cíclicas e estão acontecendo por conta do avanço do crime organizado e da “liberação de armas” mais recentemente. “Quem comprou armas não é pessoa honesta e decente que quer trabalhar. Muitas organizações criminosas compraram armas à vontade”, disparou Lula.
Lula disse que vai convidar todos os governadores para conversar sobre o plano de enfrentamento à violência que Lewandowski está para apresentar, mas não deu um prazo para isso.
“A gente não pode construir algo que não seja eficaz, anunciar algo que depois não funcione. Nós temos que anunciar alguma coisa que seja melhor do que tem, para fazer mais do que o que tem, e para evitar mais violência do que o que tem hoje”, ressaltou dizendo que “não pode fazer pirotecnia”.
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