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O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO) é um dos alvos da Operação Fames-19, desencadeada nesta quarta (21) pela Polícia Federal que mira um esquema suspeito de desviar recursos públicos para a compra de cestas básicas durante o pico da pandemia da Covid-19 entre os anos de 2020 e 2021.
A PF cumpre 42 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Barbosa, familiares e empresas em Palmas, capital do Tocantins, além de outras medidas cautelares patrimoniais expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os autos, no entanto, tramitam em sigilo e a autoridade não fornece mais informações.
O governo do Tocantins informou à Gazeta do Povo que colabora com e o cumprimento dos mandados, e que "é do interesse do Governo do Estado que tais fatos sejam devidamente esclarecidos".
Segundo a PF, os inquéritos apontam a “presença de fortes indícios” da existência de um esquema montado entre os anos de 2020 e 2021 em que se utilizou o estado de emergência em saúde pública para contratar grupos de empresas “previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas, as quais receberiam a totalidade do valor contratado, porém entregariam apenas parte do quantitativo acordado”.
Os valores que teriam sido desviados não foram informados pela autoridade.
Informações apuradas pelo G1 do Tocantins apontam que o esquema teria a participação de Barbosa, quatro deputados e um ex-parlamentar, e começou a ser investigado em 2022. O governador teria recebido uma transferência de R$ 5 mil de um empresário investigado em novembro de 2020.
Na época, Wanderlei Barbosa era vice-governador, e assumiu o cargo interinamente em outubro de 2021. Por conta da prerrogativa de foro, o caso passou a correr no STJ.
Barbosa afirmou em nota, na época, que “o vazamento seletivo de informações levanta suspeita de que há forças em jogo tentando moldar a narrativa de acordo com suas próprias agendas. Em um momento em que a confiança nas instituições é essencial, situações como essa apenas aumentam o ceticismo da população”.
“Por fim, o Governador garante que está tranquilo e, caso seja notificado, irá se manifestar nos autos do processo e apresentar sua defesa à Justiça e à população tocantinense”, completou.
A reportagem foi atualizada após o posicionamento do governo do Tocantins à Gazeta do Povo.
Atualizado em 21/08/2024 às 09:20