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Ministros do governo do presidente Lula e parlamentares da base governista começaram a cobrar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (25), após uma reportagem do New York Times revelar que Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria depois que teve o seu passaporte confiscado pela Polícia Federal.
Segundo o jornal, a permanência de Bolsonaro no local indicaria a intenção de evitar uma eventual prisão, já que não poderia ser preso dentro de uma embaixada que o acolhesse.
"Passou recibo de culpa, afinal já diz o ditado: 'Quem não deve, não teme'", comentou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ao compartilhar um vídeo com as imagens de Bolsonaro na embaixada da Hungria, na rede X.
Para o ministro do Desenvolvimento, Paulo Teixeira (PT), Bolsonaro estava "fugindo da justiça". "Jair Bolsonaro ficou dois dias na embaixada da Hungria com medo da polícia! Esse fato poderia justificar uma medida cautelar? Uma prisão preventiva?", escreveu na rede X.
Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro é um "fugitivo confesso". "Que o Bolsonaro é um fugitivo confesso é zero surpresa, ele mostrou mais uma vez seus planos de fugir", declarou Padilha em uma coletiva de imprensa no Senado.
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, questionou a tentativa de Bolsonaro querer fugir outra vez, após "se esconder em Miami". "Que papelão aparecer assim no New York Times. Medo é tudo que resta para o inelegível. Medo de ser julgado por seus crimes, de ser condenado, medo de ser preso. O judiciário precisa ficar de olho no fujão", escreveu a petista.
A deputada Erika Hilton (PSOL-RJ) disse que "cada passo de Bolsonaro deve ser observado pela Polícia e pela Justiça". "Bolsonaro, sua nova casa vai ser no Presídio da Papuda, em Brasília, não na Embaixada da Hungria", declarou a parlamentar pela rede X.
Na avaliação do deputado André Janones (Avante-MG), "o risco de fuga de Jair Bolsonaro por si só já justifica sua prisão preventiva".
O vice-líder do governo na Câmara, Rogério Correia (PT-MG), não mediu críticas ao chamar Jair Bolsonaro de "covardão" e "fujão". "Bolsonaro buscou refúgio na embaixada húngara temendo prisão após confisco de passaporte, passando duas noites no local. A Polícia Federal não pode efetuar prisões, pois são considerados território estrangeiro. O ex-presidente, vale lembrar, é amigo de Viktor Orbán, líder de extrema-direita e primeiro-ministro da Hungria. Bolsonaro fujão!", escreveu na rede X.
Pedido de prisão preventiva
Deputados federais decidiram acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República para pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A deputada federal Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP) enviou uma petição ao STF, na qual afirma que a passagem de Bolsonaro pela embaixada implicou "descumprimento do objetivo da apreensão do passaporte e sinaliza uma tentativa de deixar o território nacional para não ser preso".
Lindbergh Farias (PT-RJ), por sua vez, solicitou à Procuradoria-Geral da República que peça ao STF a prisão prisão preventiva do ex-presidente. " “A estadia na Embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando alavancar a sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro ministro Viktor Orban, numa tentativa de escapar ao sistema de justiça brasileiro, enquanto enfrenta investigações criminais no Brasil”, diz o parlamentar na representação criminal.
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