Adiamento ocorreu por medidas de segurança após bombardeios israelenses chegarem próximo ao aeroporto de Beirute.| Foto: Stringer/EFE
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O governo brasileiro decidiu adiar em 24 horas o primeiro voo de resgate de brasileiros no Líbano, afetado pelo conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que decolaria de Lisboa, em Portugal, para Beirute, capital libanesa, nesta sexta (4), deve partir às 14h deste sábado (5), no horário de Brasília, a depender das circunstâncias locais.

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A medida foi tomada por razões de segurança, já que os bombardeios israelenses chegaram próximo ao aeroporto da capital libanesa na noite de quinta (3). Durante a apresentação do plano da operação “Raízes do Cedro”, à tarde, o Ministério das Relações Exteriores já havia se mostrado preocupado com a ofensiva próxima ao terminal.

"Em consequência da necessidade de medidas adicionais de segurança para os comboios terrestres que se dirigirão ao aeroporto da capital libanesa, a operação do primeiro voo brasileiro de repatriação não ocorrerá no dia de hoje. Novas informações sobre o voo serão prestadas ao longo do dia", disse o Itamaraty em nota.

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O ministro Mauro Vieira terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final da manhã, para discutir a operação de resgate dos brasileiros no Líbano. O ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, também participará da discussão.

Na noite desta sexta, o Itamaraty confirmou que o voo será realizado neste sábado. "Os passageiros incluídos no voo estão recebendo as orientações para embarque no aeroporto de Beirute", diz o comunicado.

"O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança da embaixada em Beirute e das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tanto, procurem deixar o território libanês por meios próprios", ressaltou o Itamaraty.

Segundo apuração da TV Globo e da GloboNews, os brasileiros no Líbano foram notificados do adiamento por meio de mensagens oficiais enviadas pelo governo. “Informamos que, por considerações de segurança, o voo de repatriação precisou ser adiado. Você será avisado oportunamente. Sairá possivelmente amanhã, 05/10”, dizia o comunicado divulgado mais cedo.

Vieira disse na quinta (3) que as garantias para um voo seguro da FAB “serão dadas pelas autoridades legais”. “Se houver algum episódio que não permita a aterrissagem, claro que será adiado”, disse ressaltando que está em conversas constantes com as autoridades locais.

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O avião da FAB que fará o resgate, um modelo KC-30, está em Lisboa desde quarta (1º) aguardando a liberação para seguir com a operação. A previsão é de que este primeiro voo de retorno traga cerca de 220 brasileiros, com prioridade para idosos, mulheres, crianças e pessoas que necessitam de assistência médica.

“Primeiros brasileiros não residentes, depois brasileiros residentes. E, dentro dessas categorias, são estabelecidos por lei, idosos, gestantes, crianças, pessoas com deficiência e doentes de toda forma”, explicou Vieira.

A expectativa é de que a operação consiga resgatar até 500 pessoas por semana, segundo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno. Fontes informaram à Gazeta do Povo que cerca de três mil brasileiros e parentes diretos já entraram em contato com a embaixada em Beirute pedindo repatriação.

No entanto, o governo tem incentivado que aqueles com condições financeiras deixem o país por meio de voos comerciais, reservando a lista de repatriados para quem não pode arcar com os custos de retorno. Mas, afirmou que não usará a condição financeira como critério de seleção para o resgate.

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Essa não é a primeira vez que o Brasil realiza uma operação de resgate em meio a um conflito no Líbano. Em 2006, durante uma grande crise militar entre Israel e o Hezbollah, aproximadamente três mil brasileiros foram retirados do país. As autoridades esperam que a nova operação de repatriação siga a mesma linha, adaptando-se às condições e riscos que mudam diariamente na região.

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