No dia em que o número de casos confirmados de coronavírus supera os 40 mil, o governo federal anunciou a antecipação do pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. O comunicado foi feito pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (20). Os créditos antecipados começarão a ser feitos a partir de quinta-feira (23).
"Há duas semanas, quando nós começamos, era algo impensável", disse Guimarães. O valor pago até o momento pelo banco supera os R$ 16,3 bilhões, com o alcance de 24,2 milhões de beneficiados.
Segundo Guimarães, a expectativa inicial era a de que a segunda parcela do pagamento fosse efetuada a partir de 15 de maio. Os depósitos serão feitos de acordo com a data de aniversário dos beneficiários: nascidos em janeiro e fevereiro receberão no dia 23; em março e abril, no dia 24; em maio e junho, no dia 25; em julho e agosto, no dia 27; em setembro e outubro, no dia 28; e em novembro e dezembro, no dia 29
O auxílio emergencial é destinado a trabalhadores informais, beneficiários do Bolsa Família e inscritos no Cadastro Único. O valor base do pagamento é de R$ 600, mas o montante pode ser de R$ 1.200, no caso de mulheres chefes de família. O auxílio foi aprovado pelo Congresso Nacional no dia 30 de março e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2 de abril. Na proposta original do Executivo, o valor a ser pago mensalmente é de R$ 200. Tramita atualmente outro projeto no Congresso para expandir o grupo de beneficiários do auxílio.
"Maior programa de bancarização"
A Caixa define o pagamento do auxílio como o "maior programa de bancarização da história do Brasil" - isto é, a inclusão no sistema bancário de pessoas que não tinham acesso a contas. "Estamos bancarizando mais de 20 milhões de brasileiros. Pessoas que nunca tiveram conta bancária, nunca chegaram perto de uma agência bancária. Pessoas que até algumas semanas eram invisíveis", declarou o ministro da Cidadania, Onxy Lorenzoni, também presente na entrevista coletiva.
Guimarães reconheceu problemas de cadastro e a ocorrência de filas em algumas agências da Caixa. Vídeos com longas filas circularam pelas redes sociais nos últimos dias e foram utilizadas para questionar as políticas de isolamento social. Na avaliação do presidente da Caixa, as filas ocorreram em poucas agências e a antecipação dos pagamentos ocorre também no objetivo de melhorar a distribuição do acesso dos beneficiários. Ele disse também que a Caixa tem identificado o acesso ao site ou ao aplicativo do banco por parte de "90% dos interessados", e que com isso a questão digital não representa uma barreira para efetivação do benefício.
O presidente da Caixa disse esperar que o auxílio emergencial contemple 50% dos brasileiros em um intervalo curto de tempo. "Em duas semanas o Brasil vai ter pago um número de pessoas equivalente à população da Argentina, sendo que 13 milhões nunca estiveram em cadastro nenhum", declarou.
Ausência da saúde
A entrevista coletiva no Palácio do Planalto seguiu a dinâmica das últimas semanas, com a presença de ministros para falar sobre o combate ao coronavírus, mas não contou com integrantes do Ministério da Saúde. A pasta passou por uma troca recente em seu comando, com a saída de Luiz Henrique Mandetta e a entrada de Nelson Teich. O novo ministro não definiu ainda sua equipe de auxiliares mais próximos - os "braços-direitos" de Mandetta costumavam participar das entrevistas coletivas e se tornaram conhecidos da imprensa.
O ministro Onyx Lorenzoni foi questionado sobre a ausência de Teich na coletiva, e sobre o que ele poderia falar sobre mais um dia de números negativos do coronavírus no Brasil. Ele disse que "o Ministério da Saúde está trabalhando" e que sua atribuição e a da Caixa era a de prestar auxílio financeiro à população mais vulnerável. "Não faltou, por parte do presidente Bolsonaro, estrutura para que o Ministério da Saúde possa fazer o melhor atendimento à população brasileira", declarou.
No domingo (19), em um dos seus primeiros compromissos oficiais, Teich participou de uma videoconferência com ministros da Saúde do G-20, o grupo dos 20 países com as maiores economias do mundo, e com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião