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O Brasil voltará a fazer parte da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicado do Diário Oficial da União da quinta-feira (6), promulga o Tratado Constitutivo da Unasul e passa a valer em 6 de maio de 2023.
A Unasul foi fundada originalmente em maio de 2008 pelos governos de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Na época, boa parte destes países era comandada por líderes de esquerda, como Lula (Brasil), Cristina Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela), Michelle Bachelet (Chile) e Tabaré Vázquez (Uruguai).
Unasul foi esvaziada
Ao longo dos anos, várias divergências políticas fizeram com que os países fossem deixando a União. O esvaziamento ganhou força após a eleição de vários presidentes de direita na América do Sul. A saída do Brasil do bloco foi formalizada em 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL).
Neste mesmo ano, líderes sul-americanos criaram o Prosul (Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul), que também é um grupo de cooperação regional, mas que se diferenciou principalmente por se opor ao regime venezuelano de Nicolás Maduro.
Criado pelo então presidente do Chile, Sebastián Piñera, e seu homólogo colombiano, Iván Duque, o Prosul nasceu como alternativa à Unasul, que era considerada pelos líderes excessivamente “burocrática e ideológica”.
Argentina também volta à Unasul
Assim como o Brasil, a Argentina, comandada hoje pelo esquerdista Alberto Fernández, também anunciou que irá voltar ao bloco, que atualmente tem como membros apenas Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela, além do Peru, que se encontra suspenso.
Na quinta-feira (6), o chanceler argentino, Santiago Cafiero, anunciou no Twitter o retorno do país ao grupo.
"Por decisão soberana, a Argentina volta à Unasul como Estado-Membro para promover a sua revitalização institucional e construir uma região cada vez mais integrada", escreveu Cafiero.