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Crise econômica

Governo assina carta em que Argentina pede apoio a Biden em negociações com o FMI

Lula Argentina
Governo brasileiro é um dos que assinaram carta da Argentina que pede revisão dos termos de cobrança do empréstimo contraído com o FMI. (Foto: André Borges/EFE)

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O governo argentino enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinada pelos presidentes de Brasil, México, Chile, Colômbia, Bolívia e Paraguai, pedindo apoio à Argentina em suas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para revisar seu acordo de crédito com a organização.

"Pedimos com respeito e carinho que apoiem a Argentina nas negociações (...). Os princípios comuns e compartilhados de democracia, direitos humanos e inclusão social nas Américas devem nos guiar para encontrar uma solução rápida e eficaz para a Argentina", afirma a carta, divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério das Relações Exteriores do governo de Alberto Fernández.

A carta lembra que a Argentina tem trabalhado "arduamente" para quitar a dívida "excepcional" contraída com o FMI, em referência ao empréstimo de US$ 44 bilhões (R$ 210 bilhões) concedido em 2018, quando o país era governado por Mauricio Macri.

Esse pacote foi refinanciado há um ano, e o atual governo está tentando uma nova renegociação devido aos efeitos que a pandemia, a guerra na Ucrânia e uma seca severa tiveram na economia argentina.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Andrés Manuel López Obrador (México), Gustavo Petro (Colômbia), Gabriel Boric (Chile), Luis Arce (Bolívia) e Mario Abdo Benítez (Paraguai) assinaram a carta. Lula chegou a mencionar a crise argentina em um discurso na manhã desta sexta (23), em Paris.

"Não é viável nem desejável que exigências que não levem em conta as mudanças nas circunstâncias mergulhem a Argentina em uma crise desnecessária que interrompa a recuperação em andamento", acrescenta o texto, que observa que "a inflexibilidade do FMI em revisar os parâmetros do acordo no contexto da seca corre o risco de transformar um problema de liquidez em um problema de solvência".

Nesta semana, a Argentina deve pagar ao FMI US$ 2,7 bilhões (R$ 12,8 bilhões), dos quais o processo de pagamento de US$ 1,9 bilhão (R$ 9 bilhões) já foi ativado.

Para encarar as novas parcelas, e em meio aos grandes desequilíbrios fiscais e à escassez de dólares que o país está arrastando, o governo está avançando nas negociações com o FMI para redefinir o acordo assinado em 2022 com o qual o crédito original foi refinanciado.

"Circunstâncias extraordinárias merecem respostas extraordinárias, tão extraordinárias quanto o superendividamento causado pelo empréstimo junto ao FMI, que é uma das principais causas da situação atual. Buscamos uma solução que permita à Argentina crescer, gerar empregos e aumentar suas exportações", afirmaram os presidentes na carta.

"Todas essas condições são necessárias para que o país, por sua vez, possa cumprir os vencimentos do referido empréstimo", observaram.

Fernández agradeceu "profundamente", no Twitter, o apoio de seus colegas, que ele considerou "outro sinal da força como região" se trabalharem "em união".

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