O governo do Rio de Janeiro avalia recorrer das decisões do Tribunal de Justiça (TJ-RJ) que autorizaram a transferência de dois chefes do tráfico de drogas de penitenciárias federais para presídios do estado. Após a decisão do TJ, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que está na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, pode retornar a qualquer momento. Já Luiz Cláudio Machado, o Marreta, deixou o presídio federal de Catanduvas, no Paraná, e voltou para Bangu 1, no Rio, no último dia 21.
O governo pretende apresentar à Justiça “novos elementos que justifiquem a permanência dos dois nos presídios federais”, informou o portal g1. Rogério 157 é o antigo líder do Comando Vermelho (CV) na Rocinha, já Marreta é um dos chefes do CV e foi responsável por ordenar ataques às sedes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs).
A decisão do TJ foi criticada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que não citou nomes. "No meio de uma situação delicada que o Brasil inteiro está acompanhando, recebemos uma determinação judicial para transferir de uma penitenciária federal para o Rio de Janeiro, um líder de facção do estado. Todos precisam cooperar no enfrentamento ao crime organizado", disse Cappelli na rede social X.
A volta dos chefes do tráfico ocorre em meio a uma forte onda de violência no estado. Nesta semana, por exemplo, 35 ônibus e um trem foram queimados, além de carros e pneus, que fecharam diversas vias na Zona Oeste. A ação dos criminosos foi motivada pela morte do sobrinho de um miliciano. Além disso, neste mês, as forças de segurança do Rio deram início a Operação Maré em diversas comunidades para combater a criminalidade na região.
O Ministério da Justiça já enviou agentes das Forças Nacional para reforçar ações planejadas pela Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Segundo apuração do g1, o governo está elaborando uma lista com pelo menos 30 traficantes presos para que eles sejam transferidos para penitenciárias federais.
A proposta foi apresentada ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, pelo governador Cláudio Castro (PL). "Conversamos também sobre a possibilidade de transferência de lideranças para presídios federais, uma lista que será feita em conjunto pelas forças estaduais e pelo Ministério Público, com um critério muito claro e sério na escolha dessas pessoas”, disse Castro no último dia 11 após uma reunião no Ministério Público do Rio de Janeiro.
No mesmo dia, Mattos disse que solicitaria a transferência das principais lideranças do crime organizado para fora do estado. O governo tenta evitar que os traficantes consigam habeas corpus quando o estado autorizar a transferência. Em junho, o TJRJ impediu que pelo menos 7 deles fossem transferidos. Para que isso não aconteça, o governo montou um Comitê de Inteligência com a Secretaria de Administração Penitenciária, a Polícia Militar, a Polícia Civil e o MP-RJ para definir quais detentos serão transferidos e produzir um relatório individual sobre cada um deles.
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