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A visita do assessor especial dos Estados Unidos ao Brasil, John Kerry, nesta semana, é vista pelo governo brasileiro como decisiva para confirmar a participação do país no financiamento do Fundo Amazônia, um compromisso firmado por Joe Biden durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país no começo do mês.
Kerry chegou a Brasília na madrugada de domingo (26) e terá uma intensa agenda de reuniões com ministros do governo ao longo desta segunda (27). No fim da manhã, ele se reúne com Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas; Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e Maria Laura da Rocha, ministra substituta do Ministério das Relações Exteriores.
“Eles vão discutir oportunidades para o Brasil e os EUA colaborarem no combate à crise climática, coibindo e revertendo o desmatamento, avançando na transição para a energia limpa e construindo uma bioeconomia forte”, disse a Embaixada dos Estados Unidos em uma nota à imprensa.
Ainda acompanhado da ministra Marina Silva, Kerry participará de um almoço no Palácio do Itamaraty e de um jantar na Embaixada dos Estados Unidos. Outros compromissos ao longo do dia não foram confirmados pela diplomacia americana, e não há previsão de um encontro reservado com o presidente Lula.
As reuniões e encontros fazem parte, ainda, os primeiros movimentos para uma possível vinda de Joe Biden ao Brasil, de acordo com a embaixadora Elizabeth Frawley Bagley. “Vai traçar o caminho para uma futura visita do presidente Biden ao Brasil, um convite que ele aceitou do presidente Lula”, disse.
Visita pode confirmar participação dos EUA no Fundo Amazônia
Durante a visita de Lula aos Estados Unidos no começo do mês, Joe Biden se comprometeu a “trabalhar com o Congresso para fornecer fundos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo o apoio inicial ao Fundo Amazônia”. No entanto, o presidente norte-americano não confirmou qual seria o valor a ser aportado no fundo.
Pessoas próximas ao presidente disseram ao jornal O Globo e à BBC Brasil que o montante inicial seria de US$ 50 milhões (R$ 260 milhões). A expectativa é de que os encontros com Marina Silva e Geraldo Alckmin confirme este valor.
Além da doação ao Fundo Amazônia, o governo dos Estados Unidos afirmou que haverá um reforço nas ações do Grupo de Trabalho Estados Unidos-Brasil sobre Mudanças Climáticas (CCWG), criado em 2015.
“Eles decidiram instruir o CCWG a se reunir o mais cedo possível para discutir áreas de cooperação, como combate ao desmatamento e degradação, melhoria da bioeconomia, reforço da implantação de energia limpa, fortalecimento de ações de adaptação e promoção de práticas agrícolas de baixo carbono”, diz um comunicado da Casa Branca emitido no dia da visita.
John Kerry fica no Brasil até terça (28), e depois viaja ao Panamá, entre os dias 1º e 3 de março, e à cidade norte-americana de Houston, entre 6 e 7.